WANDERLEI OLIVEIRA, o WO, antes de ser corredor, educador físico e um dos pioneiros do cascalho no Brasil, é um estatístico. Me repito, mas seu exemplo vale ser sempre repetido.
WO sabe exatamente quanto, onde e como correu – provas ou treinos, indistintamente.
Suponho que seja exceção. Ou eu seja exceção: só consigo lembrar do número de maratonas que corri por ser esse número desprezível – sete –, e por todas elas estarem documentadas nos pixels deste pasquim.
Se me perguntares quantas meias, 10K, 15 milhas ou distâncias similares e nem tanto já corri na vida, falharei imenso consigo. Sei não.
ESPECIAL UPHILL – UPS AND DOWNS
UPHILL 2018: ENTREVISTAS SUADAS
EDU OLIVEIRA, DA MIZUNO, EXPLICA A UPHILL
NINGUÉM VIRA NINJA POR CONCLUIR A UPHILL
DESCONSTRUINDO A MONTANHA
UPHILL 2017: ENTREVISTAS SUADAS
10K POR DIA TODO DIA, A OBSESSÃO DE WANDERLEI OLIVEIRA
DANILO BALU CONTRA A CORRENTE
Tudo isso para dizer que minha última mara – a sétima – a Uphill Rio do Rastro, sábado retrasado, cumprida em 4:46 e algo, 2 minutos a mais do que meu tempo da edição de 2017, foi apenas isso: uma maratona.
Calha de esta mara ter uma altimetria razoavelmente exigente em seu sexto final, o que aumenta sua dificuldade.
Como gostamos de dourar nossas pílulas, aceitamos bovinamente a pecha de “ninja” que os organizadores pespegam a nós, concluintes.
Mais do que aceitar bovinamente: adoramos a pecha.
Como diz o locutor em sua arenga interminável, seria um feito para pouquíssimos, quiçá para ungidos, não basta querer estar lá, blablablá yadayada blablablá.
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Pois gostaria de apresentar um contraponto, o canadense Terry Fox, personagem que contrabandeio da seleta de notícias que o Danilo Balu brinda por e-mail alguns aí.
Gracias, Balu.
Vejam se esse rapaz, que com 22 anos cruzou o Canadá quase de costa a costa, correndo com uma prótese no lugar de uma das pernas, merece ser chamado de ninja.
Foram 143 maratonas, cerca de 6 000 K em 143 dias consecutivos. Não conseguiu chegar à costa do Pacífico.
A ideia era chamar atenção para o câncer que havia dragado sua perna e logo sua vida. Ele não se conformava em ver meninos de 10 anos sofrerem do mal.
O Toronto Star acompanhou a jornada naquele longínquo 1980, caso você queira se aprofundar nas artes ninjas.
Foto da home: Cristiano Andujar/Divulgação