É UMA FALSA QUESTÃO, que fique bem claro. Corrida é uma coisa só, não importa se você colhe seus benefícios – e.g.: prazer – da pancadaria ou da serenidade.
Mas o corpo, e isso é fato, se acostuma com um determinado ritmo de corrida – chamamos de “pace” em português entreguista – e sair desse ritmo é que são elas.
Há uma palavra técnica para definir essa tendência do corpo em retomar um padrão já conhecido, e, portanto, mais confortável: homeostase.
Treinos de variação de ritmo ajudam na quebra da tal homeostase e, assim, em aumento de condicionamento.
Em entrevista a este pasquim, o preparador físico Danilo Balu explicou: “A quebra da homeostase é essencial. Sem ela a atividade física perde muito em qualidade. Sendo mais prático: você não pode sugerir que alguém pratique ad eternum o mesmo estímulo.”
CORRIDA É PRAZER
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É PRECISO DAR LOGO UNS TIROS
CORRENDO RÁPIDO COM OS MAIS RÁPIDOS
TESTE DE COOPER: AINDA ATUAL?
Não é por outra razão que o cânone do treinamento propugna (propugna? não tinha um sinônimo melhor?) práticas distintas ao longo da semana – tiros na terça, subidas na quinta, longos no sábado etc.
Tudo isso me vem à cabeça em função de um teste de 12 minutos – o famoso teste de Cooper – que realizei sexta passada na venerável pista de atletismo do Cepeusp, que há não muito tempo ganhou um piso novinho.
Como supunha estar correto em acreditar que o esforço de 12 minutos é muito menor do que o de 3h34, meu melhor tempo de maratona, achei que poderia deixar tudo na pista desde o início.
Mas as coisas não são tão simples.
Corri muitas outras vezes naquela pista olímpica e já sabia da dificuldade de baixar aquela volta de 400 metros de meus tradicionais 1’35”, 1’40”.
E assim foi. Nos 12 minutos cravados da corrida completei sete voltas e uma curva, 2 900 metros.
Pace de 4:08.
Precisaria ter corrido mais 100 metros para cravar pace 4. Perto de completar 51 anos, me pergunto: será um dia possível chegar nele?