Distância ou velocidade, qual a sua?

Paulo Vieira

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É UMA FALSA QUESTÃO, que fique bem claro. Corrida é uma coisa só, não importa se você colhe seus benefícios – e.g.: prazer – da pancadaria ou da serenidade.

Mas o corpo, e isso é fato, se acostuma com um determinado ritmo de corrida – chamamos de “pace” em português entreguista – e sair desse ritmo é que são elas.

Há uma palavra técnica para definir essa tendência do corpo em retomar um padrão já conhecido, e, portanto, mais confortável: homeostase.

Treinos de variação de ritmo ajudam na quebra da tal homeostase e, assim, em aumento de condicionamento.

Em entrevista a este pasquim, o preparador físico Danilo Balu explicou: “A quebra da homeostase é essencial. Sem ela a atividade física perde muito em qualidade. Sendo mais prático: você não pode sugerir que alguém pratique ad eternum o mesmo estímulo.”

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Não é por outra razão que o cânone do treinamento propugna (propugna? não tinha um sinônimo melhor?) práticas distintas ao longo da semana – tiros na terça, subidas na quinta, longos no sábado etc.

Tudo isso me vem à cabeça em função de um teste de 12 minutos – o famoso teste de Cooper – que realizei sexta passada na venerável pista de atletismo do Cepeusp, que há não muito tempo ganhou um piso novinho.

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Como supunha estar correto em acreditar que o esforço de 12 minutos é muito menor do que o de 3h34, meu melhor tempo de maratona, achei que poderia deixar tudo na pista desde o início.

Mas as coisas não são tão simples.

Corri muitas outras vezes naquela pista olímpica e já sabia da dificuldade de baixar aquela volta de 400 metros de meus tradicionais 1’35”, 1’40”.

E assim foi. Nos 12 minutos cravados da corrida completei sete voltas e uma curva, 2 900 metros.

Pace de 4:08.

Precisaria ter corrido mais 100 metros para cravar pace 4. Perto de completar 51 anos, me pergunto: será um dia possível chegar nele?

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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