Mais birita, mais performance

Paulo Vieira

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DESDE O PRIMEIRO DIA DE AGOSTO DE 2013, quando um ruidoso passaralho ceifou o meu e outros 70 empregos na Editora Arvorezinha, finalmente assumi o protagonismo da minha própria história, como dizia que devia fazer, que devíamos fazer, o presidente da editora naquele ano momentoso.

PROTAGONISTA DA PRÓPRIA HISTÓRIA

A CASA CAIU, E AGORA?

PRIMEIRA PROPOSTA PATRONAL PARA REAJUSTE DE JORNALISTAS: 0%

Imaginava, contudo, que esse protagonismo devesse ser posto em prática naquele mesmo edifício onde eu passara todos os dias úteis dos 13 anos pregressos da minha vida. Não era bem assim.

Donde me vi, como na música do Pragana Santos, de volta pra casa.

E aí, como num romance ruim, fui, protagonista da minha própria história, afundando-me em vícios, os maiores deles aparentemente inconciliáveis entre si: a corrida e a birita.

Do primeiro, como bem sabem os leitores deste pasquim, é bem difícil se livrar; do segundo, praticamente impossível.

O que não é necessariamente ruim, visto que, como explicitado no link abaixo, trabalhos científicos divulgados pela implausível Gretchen Reynolds, setorista de corrida do New York Times, mostraram uma associação positiva entre as duas paradas.

No principal desses trabalhos, feito com 150 voluntários, a conclusão é que as pessoas bebem mais quando se exercitam mais, jamais chegando à condição técnica, contudo, de “beber como um gambá”.

MAIS CORRIDA, MAIS BIRITA

GIM, A TÔNICA

PÉ NA JACA DÁ TREINO?

CORRIDA É PRAZER, NÃO SACRIFÍCIO

PERFORMANCE E VAIDADE

O que para mim é completamente inaudito é constatar que a performance pode melhorar, e bastante, depois de alguns dias não exatamente isentos da marvada.

Semana passada, a happy hour aqui na Vila Ipojuca foi embalada pela garrafa azul-de-Klein do conhecido gim Bombay – numa versão acrescida, segundo o fabricante, de toques de capim-limão da Tailândia e pimenta preta do Vietnã. Ah bom.

Um lance assim meio O Marido da Cabeleireira.

É preciso deixar claro, contudo, que este velho editor não vem pondo o pé na jaca. Só vem fazendo uso desses aditivos com certa regularidade – nível todo dia. E, mesmo assim, para meu total espanto, ontem, num 10K do circuito de corridas da Track&Field – aliás, uma prova primorosamente organizada, redonda, sem pirotecnia –, baixei em muito meu recorde da distância.

A largada do Track&Field
A largada do Track&Field

E isso, creiam, sentido um incômodo nada desprezível na posterior do joelho direito. Dor que surgiu na véspera, num 17K um pouquinho mais acelerado do que o habitual, quando fui buscar o kit da corrida no shopping aprazado.

Amigos, já não sou apenas sub 45′. Sou sub 43′. A marca, segundo o site oficial, foi de 42’48”, pace de 4’17”, velocidade média de 14,02 km/h, oitavo numa categoria em que o primeiro, pqp, fez simplesmente 33’06”.

Esquemão pós-prova
Esquemão pós-prova

Mas aí já não se trata de um colega de cascalho, mas um super-homem, que corre em pace 3, e, portanto, deve mandar forte na birita.

É claro que sonego parte da história. Faço um funcional bacana duas vezes por semana, corro com certa regularidade, mas sigo a preferir o prazer do volume ao sacrifício da intensidade.

Se bem que baixar o recorde do 10K do agora colega de JQC Sérgio Xavier, vulgo Treinador: isso não tem preço.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

Um Comentários

  1. Avatar
    Antonio Bellas

    Tambem sou adepto à dupla “drinks and tracks”
    Nunca vi a performance cair, mas como diria a consorte, devo ser feito de um material um pouco diferente dos outros….
    De toda forma, não é uma recomendação geral, serve apenas para alguns
    Abcs

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