Uma maneira de combater a fadiga muscular

Paulo Vieira

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Sou um cara ortodoxo no que tange ao uso de remédios e suplementos alimentares. Para mim, até mesmo gel de carboidrato, usado para repor as reservas de glicogênio durante uma prova de resistência como a maratona, assemelha-se ao doping.

Meus treinos também não contam com o que especialistas como o Mario Sergio Silva, da Run & Fun, chamam de estratégia de hidratação. Não contam com hidratação, para ser mais preciso. É comuníssimo que o bode velho aqui só irrigue a traquéia após rodar seus 15, 16, 18K. Não recomendo a ninguém especialmente em época de inversão térmica.

MARIO SERGIO SILVA E O MURO DOS 30K

2H30 SEM ÁGUA

A HORA DO SUPLEMENTO

A MARATONA NA SECA (DO CARBOIDRATO)

LIVIA HASEGAWA, A NUTRI DO JQC

Mas acabo de saber, por intermédio da Agência Fapesp, que é importante eliminar os aldeídos, moléculas tóxicas que são produzidas no organismo em reação a diversos fatores, tal qual atividade física intensa.

Acúmulo de aldeídos no organismo é porta para desenvolvimento de inflamações e, em casos graves, doenças degenerativas.

Um aliado na eliminação dos aldeídos é a carnosina, substância sintetizada naturalmente em nosso organismo pela combinação de dois aminoácidos, beta-alanina e L-histidina. A produção de carnosina, que também atua para reduzir a fadiga muscular, decai à medida que vamos entrando em anos.

Bombita na pista
Bombita na pista

A nutricionista cativa e querida do JQC, Livia Hasegawa, acha interessante a administração da beta-alanina para atenuar a fadiga. “Geralmente indico uma saturação na dose 2,4 a 3g por dia (divididas em três tomadas) 20 dias antes das competições.”

“Mas use a substância apenas em provas realmente importantes, pois ela mascara bem a fadiga e pode levar a lesão se usada por períodos longos”, avisa.

Ainda não há estudos suficientes para mostrar o impacto da substância no organismo por mais de 12 semanas de utilização.

Por isso, leve em consideração o velho provérbio chinês: na dúvida, não ultrapasse.

E consulte seu nutricionista.

De qualquer forma, se você já teve alguma experiência mais carnal com a beta-alanina, conte pra gente.

 

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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