FIGURA ASSÍDUA DOS TREINOS #jqc @saberbeber de 2019 em São Paulo, Beto Souza, o Betão “Metal Runners”, passará para a posteridade como o sujeito que inventou, melhor dizendo, consolidou o apoio cervejeiro aos corredores da São Silvestre.
(Tedinho, perdeste esta.)
Trata-se agora de coisa grande, e o crescimento orgânico e principalmente espiritual a cada ano desse apoio físico pode até transformar o “KM 41”, como Betão chama o pico, numa das principais atrações da corrida.
Desde 2016 Betão se posiciona junto com alguns outros apaniguados no fim da subida da Brigadeiro, a mais ou menos 1K da linha de chegada da prova, no 14K. É por essa razão que o parça chama seu posto de apoio de KM 41.
Como se sabe a São Silvestre é a primeira “maratona” – tava louco pra tirar essas aspas daí – que possui a distância heterodoxa de 15K.
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Este ano, a grande quantidade de voluntários, simpatizantes e corredores que após concluir a prova congraçaram na muvuca do 41 deu azo para uma saraivada de posts nas redes sociais. Mais um tempo e as selfies no pico vão se tornar mais populares do que as fotos com medalha.
Na foto acima, retirada do instagram do Betão e feita após a prova, dá para contar cerca de 200 sujeitos.
É importante mencionar que a tigrada só bebe cerveja ali porque alguns bons samaritanos, entre eles o Betão, bancam o pack de cerveja, o gelo e os copos de plástico às próprias custas.
Sem contar os custos de deslocamento e o empenho de divulgação, Betão investiu em 2019 cerca de R$ 120.
A prioridade total é distribuir cerveja para os corredores da São Silvestre. São cerca de 35 mil, portanto uma parcela reduzida dos competidores terá acesso ao precioso líquido.
“Distribuímos por cerca de 1 hora, a partir de 1h30 de corrida. Deixamos a elite passar, além dos caras que correm rápido, a pace 4 [que terminam a prova em cerca de 1 hora], que não querem saber de cerveja. Aí começamos”, disse o parça a este pasquim.
MAIS CORRIDA, MAIS BIRITA
MAIS BIRITA, MAIS PERFORMANCE
A MARATONISTA CERVEJEIRA
Este ano, Betão introduziu no evento uma pulseira, similar àquela de eventos noturnos, para os voluntários/distribuidores, que doaram seu pack de cerveja para os corredores. Foram 150 pulseiras.
Betão sugere a quem vai doar cerveja trazer outro pack, este segundo para consumo próprio. Com isso, a festa este ano só foi acabar por volta de meio-dia, cinco horas após o início da corrida. Mas Betão diz que o trabalho de distribuição é tão intenso, tão “linha de produção”, que ele “jamais saiu de lá bêbado”.
A maior preocupação do organizador é com o afunilamento de corredores quando estes percebem que há um bando de malucos distribuindo 200 ml de cerveja em copos de plástico. Formam-se ondas de muvucas muito maiores do que as dos postos de hidratação comuns.
Segundo Betão, nunca houve contato com a (des)organização oficial da prova, a Yescom, “para o bem ou para o mal”.
De qualquer forma, Betão conta que sua iniciativa beneficia a (des)organizadora, pois ajuda a “tirar o pipoca da prova”. Este ano, ele calcula ter convencido de 40 a 50 amigos que iriam correr de pipoca “só para encontrar a galera” a atuar como voluntários na distribuição da cerva.
Anedotário: em 2019, o KM 41 acabou com o estoque de gelo do posto de gasolina defronte e do de copos de plástico do supermercado Dia.
No centenário da São Silvestre, em 2024, Betão e diversos voluntários pretendem correr a prova, dado o simbolismo do negócio. Resta saber quem vai assumir a missão.
Talvez sobre para a bragantina Karina Teixeira, a “corredora vida real”, também plasmada nestes pixels, que começou a parada no começo da década.