DO QUE VOCÊ JAMAIS VAI SE LEMBRAR na vida? A pergunta é paradoxal, pois, ao pensar na resposta, você já a anula. Mas é certo que muita coisa, feliz ou infelizmente, deixará de ser desencavada até a hora de se chegar à terceira margem.
Refiro-me a experiências e passagens desimportantes, frívolas até, que talvez também gerem impressões no insconsciente, não traumas, perdas, eventos gloriosos e/ou condenáveis que servem para dar combustível às teorias psicanalíticas d‘antanho.
Por exemplo: acho que jamais iria recordar do que me veio em sonho (ou pré-vigília?) esta manhã. Lembrei que, priscas eras, troquei por uns poucos dias minha moto Honda XL-250 por uma Agrale trail do Cristiano – ou seria do irmão gêmeo dele?
A troca me era desfavorável, e ambos parecíamos saber disso antes mesmo da proposta vir a lume (já ouço Cocaine, do Clapton, e aromas fortes no ambiente).
Era claramente conteúdo a ser descartado numa biografia, e mesmo assim fiquei feliz de não tê-lo perdido para o abismo da desmemória.
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O tema do post de hoje tem pouca relação com a historinha acima, mas eu não poderia desprezar algo que chega como anunciação, como se o arcanjo responsável pela conversa fiada (Miguel, certamente) tivesse ele mesmo soprado-ma em meus ouvidos cabeludos.
O assunto é: dieta de corrida, quanto e como correr para viver mais e melhor.
Quebra da homeostase? Ganho de condicionamento via exigências bruscas? Intensidade?
Nada disso. O negócio é ficar no arroz com feijão. E quem explica é uma das pessoas mais associadas a competitividade em corrida, o homem dos amadores sub 3h, Marcos Paulo Reis, da grife MPR.
É o que ele vai contar a partir de amanhã, numa entrevista reveladora concedida ao editor deste pasquim na sede da MPR, em São Paulo.
Por ora fiquem com uma receita de VIDA para correr com saúde do parça. É para a vida inteira mesmo, “lifetime”, até a hora em que, como num romance do Ishiguro, só existam brumas.