Marcos Paulo Reis e a (o) Poder

Paulo Vieira

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ELE DIZ QUE “JÁ FOI PIOR”, mas “foi se educando”. Quem conhece o treinador Marcos Paulo Reis, 52 anos, dono da assessoria esportiva MPR e ex-treinador de triatlo da delegação olímpica brasileira, logo o associa, pelos seus incessantes comandos exageradamente audíveis, a um sargento de filme B de guerra – dublado pelo Bussunda.

Fluminense de Niterói e com cinco maratonas no currículo, Reis foi o convidado da Almoço de Poder, seção nobre da revista Poder, publicação para a qual, aliás, o editor deste pasquim colabora com muito orgulho/ com muito amor.

A matéria, na íntegra, está aqui.

Quem esteve com o treinador no power lunch do restaurante Parigi foi o Fábio Dutra, estrela da redação e o homem mais elegante a já ter apeado do famoso 5121 – aquele que vai do Largo São Francisco até a Cidade Jardim sempre pelo corredor.

Marcos Paulo/Foto: Paulo Freitas - Revista Poder
Marcos Paulo/Foto: Paulo Freitas – Revista Poder

Destoando do figurino habitual dos comensais do lugar, Reis foi ao Parigi paramentado com as três paralelas do abrigo esportivo de seu fiel patrocinador.

Como fala com as mãos, ficamos sem saber como pôde mandar ver o bacalhau com batatas do main course.

SEXO ANTES DA MARATONA PODE?

O MURO DOS 32-35K

MINHA PRIMEIRA MARATONA, VIVACE

MINHA SEGUNDA MARATONA, RELÓGIO

OS QUENIANOS DA PIZZA

O QUE MANDA É O RITMO, NÃO A DISTÂNCIA

UM CACHACEIRO NA SÃO SILVESTRE

Mas vamos ao ponto de uma vez. Reis disse o seguinte:

“Maratona não são 42 quilômetros, são 7. Até o 35 é tudo lindo. Depois é que a coisa aperta. Se tem tonteira, náusea, vômito, não é para continuar, é muito arriscado. Papai do céu dá o aviso, tem de saber escutar.”

“Concordo com a proibição de música [ouvida em fones de ouvido] em algumas provas. Tira a concentração, faz o cara seguir um ritmo que não é dele e se esquecer de se hidratar.”

“[Maratonista] com 3h30 na MPR já é carne de vaca”. 

“Com aplicativos de treinamento virtual consigo saber tudo: como está o rendimento a cada quilômetro, como o cara respira, qual a situação muscular e cardiovascular em cada etapa do treino.

E para explicar o desejo de muitos executivos e CEOs por cumprir pelo menos uma maratona, ele tem esta hipótese:

“Maratona envolve o dia a dia deles. Nos Estados Unidos, qualquer executivo começa a conversa perguntando se você já fez uma maratona, porque vai usar o exemplo das várias etapas da prova para explicar algo. E são todos competitivos, gostam de se superar, de estabelecer metas e alcançá-las, exatamente como fazem em suas empresas.”

Portanto, se você pretende se tornar um executivo nos Estados Unidos, melhor começar a treinar corrida. Precisando dos nossos serviços, a propósito, disponha.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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