NÃO SEI SE ELE REGISTROU A IDEIA, mas deveria. O médico ortopedista Daniel Esperante Gomes, sumidade em joelho a sul e a norte do Trópico de Capricórnio, é um entusiasta do esporte no cotidiano das pessoas.
Para ele correr, nadar ou pedalar em situações isoladas, em academias ou no parque, é bom, mas não bom o suficiente. Ele quer uma necessidade esportiva mais queniana, digamos assim, a mover a população.
Sim, você acertou: o esporte travestido de “modal” de deslocamento.
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Para isso nos falta tudo e nada.
Nada por ser algo muito fácil de se conseguir – e tudo justamente por isso: se é fácil, cadê? Por que não temos?
Sublinho: realizar o sonho do dr. Daniel é muito mais fácil do que prometer a triplicação da malha metroviária da cidade (prometer, não fazer).
O que Daniel gostaria de ver é um conjunto de pequenos contêineres pela cidade em que seja possível tomar banho após o cascalho ou o pedal. E, quem sabe, deixar ali a bicicleta em segurança.
Todo mundo que usa bicicleta nas cidades de clima tropical tendendo para o semi-árido do Brasil sabe da necessidade de trocar pelo menos a camisa para dispor de algum nível de sociabilidade no trampo.
Esses pequenos vestiários seriam espalhados pelas cidades, pois a capilaridade é a condição número 1 para que a lança dê certo. E não é o caso de deixar só nas ruas lindeiras aos parques – que poderiam ter também seus próprios vestiários.
Mão na roda para o ciclista, mão no tênis para o corredor, que assim faria do caminho para o trampo o próprio cascalho do dia.
METRÔ, TRAGÉDIA PAULISTA
A SÃO PAULO DE HADDAD
O GRANDE LANCE DA ADIDAS
A Adidas até que andou algumas casas nesse sentido ao montar suas Runbase em São Paulo e Rio. Mas uma unidade por capital não faz verão, ainda mais pela localização em áreas residenciais.
Com o blá-blá-blá privatista do prefeito, perdão, gestor de São Paulo, não seria difícil engajar umas empresas para levantar esses contêineres do dr. Daniel.
Seria uma revolução e uma atitude única para facilitar demais a vida dos corredores.