Não temos nada contra a Tupi, a Manchete, a Gazeta e a Emissora do Bispo, muito pelo contrário, mas calhou de a maioria dos jornalistas de TV perfilados por este pasquim eletrônico trabalhar para a Vênus Platinada.
Primeiro, ainda no paleoceno, veio o Tramontina (vale a pena ler de novo: “O rosto amigo e pontual que fala das pequenas tragédias do cotidiano de São Paulo, o assassinato da vez, a histeria pela nova faixa de ônibus”), depois a Elisabete Pacheco, que então se preparava para enfrentar a São Silvestre.
Contaminada pela corrida, a Bete parece ter se tornado a propagandista oficial da atividade na Globo News, que agora tem outra adepta, a jornalista especializada em finanças pessoais Mara Luquet.
Ela mesmo já disse em seu Facebook, em setembro passado, sobre a corrida:
“Um grande investimento que fiz este ano.”
Mara não é uma corredora de perfil ousado – ainda caminha a cada 5 minutos de corrida –, mas, pela vontade de multiplicar o capital que vem empregando na atividade, estaria hoje mais para a LCI do que para a renda fixa; em breve, tudo indica, vai chegar forte nos derivativos.
Infelizmente terminam aqui as comparações espúrias com o dia-a-dia da Mara, a pedido, ou melhor, a mando do editor.
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Jornalistas que Correm – Por que começou a correr? Como foi?
Mara Luquet – Meu marido é maratonista e em 2014 me convidou para correr a Meia do Rio, então comecei a treinar e acabei gostando. Depois falei: “vou correr uma meia maratona por ano”. Para este ano escolhi Paris-Versalhes, mas não conseguirei sair do Brasil em setembro porque vou lançar um livro, então procuro alguma (meia) para novembro ou dezembro. Você tem alguma sugestão?
N.d.E: dá uma olhada nesta lista europeia e nesta brasileira, dos parças do Dia de Correr, Mara.
JQC – Treina quanto, como e onde? Tem alguma meta?
ML – Minha meta é manter-me saudável. Então vou no meu ritmo. Viajo muito, por isso levo sempre um par de tênis na mochila. No Rio, corro em Ipanema com um amigo, o Leonardo. Em São Paulo, corro sozinha no Ibirapuera. Em Nova York, corri na ponte que liga Williamsburg a Manhattan. Um lugar que fiquei morrendo de vontade de correr foi a Universidade de Viçosa, mas não deu tempo. Araxá também é outro lugar que penso em voltar só para correr, acredita?
JQC – Dá para dizer que viciou? Que não consegue mais viver sem?
ML – Sim, viciei, com certeza. Sinto falta quando não consigo correr, mas respeito meus limites. Ainda não consigo correr direto. Atualmente estou assim, corro 5 minutos, ando 2 ou 3. Quando comecei, andava 5 minutos e corria 1.
JQC – Tinha algum histórico esportivo? É mais fácil fazer exercício físico regular correndo?
ML – Com certeza melhora tudo. Eu jogava tênis, fazia academia, nunca fui sedentária, mas a corrida e o próprio treino para poder correr ajudam a melhorar todo o resto, até os pensamentos.
JQC – Vê algum sentido libertário ou filosófico na corrida? Vê-se correndo sem muito rumo pela cidade ou pela montanha a fim de coletar sensações, pensamentos, registros? Ou é apenas um exercício, um bom exercício para se manter em forma?
ML – Quando a gente passa a correr, é toda uma filosofia de vida, é arrumar tempo para você, comer melhor, dormir melhor, pensar sobre a vida, porque correr envolve tudo isso. Amei o livro do Drauzio Varella, ali ele resume essa filosofia de vida, ele coleciona histórias fantásticas. Adoro livros sobre corridas. Outro que amei foi o do (Haruki) Murakami, Do que eu falo quando eu falo sobre corrida.
JQC – Que provas já correu? Quais pretende correr?
ML – Pretendo correr todas as sugestões da Blue Running, o clube de corrida dos passageiros da Air France. Mas acho que vai demorar muito.
JQC – Já se lesionou? Qual seu tipo de tênis? O que conta na hora de escolhê-lo?
ML – Meu marido é quem compra meus tênis. Ele entende tudo disso, eu não entendo nada. Nunca me lesionei. Mas, como falei, eu pego muito leve.
Mara é tão insípida quanto ululante. Seus comentários, inócuos, orbitam do ridículo ao inútil. Até seu visual, com seu cabelo com aparência de quem ficou a tarde toda na cabelereira fazendo permanente rococó e sua indefectível verruga ajudam a compor o visual de uma pessoa que tem sobre si uma visão deslumbrada e egocêntrica. Deve ser apadrinhada por alguém da Globo, como acontece invariavelmente com tanto papagaio de beócio que tem por lá.