ELAS JÁ SÃO QUINHENTAS BICICLETAS PELA CIDADE, mas aqui pela Z.O., onde deve estar a maior parte de sua população – das bikes, bem entendido –, parecem mais. As bicicletas Yellow, do novo sistema de compartilhamento a chegar a Essepê, trazem uma grande novidade aos paulistanos.
É que a bicis ficam soltas, na rua ou nas calçadas, sem nada a fixá-las ao solo ou aos postes. É o sistema “dockless” (sem estação), uma tendência mundial, e que o JQC testou anteontem.
Para destravar as magrelas, é preciso ler o QR Code que está em cada uma com o app próprio da empresa. Depois de deixá-las no destino, basta travar manualmente o cadeado interno.
O editor deste pasquim mostra como funciona a parada no vídeo embebido abaixo.
Não vai valer a pena levar a bicicleta para casa: para andar com ela só destravando o cadeado, e, para fazer isso, é preciso liberá-la no aplicativo.
E para liberar no aplicativo gasta-se R$ 1 a cada 15 minutos de pedal – só usuários de cartão de crédito cadastrado podem participar da festa, o que limita o alcance da coisa toda.
TESTAMOS O SISTEMA DE COMPARTILHAMENTO DE BIKES DE SP
BIKE: 9 MINUTOS MAIS RÁPIDA DO QUE CARRO – E R$ 351 MAIS BARATA
SALDIVA: “A CIDADE ESTÁ OBESA”
UM EM CADA TRÊS CICLISTAS DE SÃO PAULO É NOVATO NO PEDAL
NEM BRÓCOLIS NEM BANANA
ATIVIDADE FÍSICA PARA CIDADES POLUÍDAS
METRÔ, TRAGÉDIA BRASILEIRA
Roubar peças também não é uma boa, nem para cleptomaníacos. As yellow têm componentes fora do padrão comum (roda, canote de selim) e ainda são monitoradas por GPS.
Diferentemente das demais bikes hoje disponíveis para compartilhamento – dos sistemas laranja e vermelho –, as yellow são bikes sem câmbio, e parecem mais resistentes do que as velhas primas, embora a pedalada seja curta, curtíssima para o meu gosto.
Não dão aquelas estaladas na corrente, como se estivessem na iminência de se partir, como acontece com as bikes dos sistemas laranja e vermelho.
De qualquer forma, subida, nem pensar.
Importante: as bichas são produzidas no Brasil, o que contraria um pouco a tendência histórica, já que hoje não há poucas fabricantes nacionais relevantes de bicicletas.
Os três sócios da empreitada são brazucas. Dois deles egressos do app 99 Táxis, o outro, Eduardo Musa, da Caloi. Disse no vídeo acima que a Yellow era um sistema internacional, me penitencio aqui: falha minha.
No teste, o principal senão mostrou-se ser a regulagem de selim. O banco sobe muito pouco, fazendo com que varapaus como eu tenham de pilotar a bici quase como se estivessem sobre um velocípede.
Gostei bastante da experiência, não obstante. E, curiosamente, embora eu tenha uma mountain que uso em meus deslocamentos por Sampa, fiquei com vontade catar Yellows por aí.
Espero que esse comportamento um tanto eufórico também contamine os meus conterrâneos.
Neste outro vídeo, do site Bike é Legal, a cicloativista Renata Falzoni destrincha melhor a Yellow para a tigrada.
A empresa pretende colocar 20 mil magrelas por São Paulo e quer expandir o serviço para outras cidades.
E Sampa ainda vai receber mais uma concorrente “dockless”, da empresa chinesa Mobike, que deve distribuir outras 20 mil bikes por nossas calçadas e ruas.
Vai ser uma festa.
Erramos (outra vez): Danilo Lima apontou pelo facebook erros já corrigidos neste texto. Segue o que escreveu: “As bikes do Itaú e do Bradesco têm câmbio Nexus (interno no cubo). Em Manaus há fábricas das marcas Caloi, Sense, Houston, Oggi… Não são grandes?”
Obrigado, Danilo Lima; perdão, leitores.