Tempo. O tempo todo falamos do tempo. Quando não sou eu, quando não é a Julia, são os convidados. Com treinos menos austeros, Isabela Pimentel se disse uma amiga do tempo. Antônio Barbanti revelou “que o tempo, desta vez, não teve a menor importância” no relato de sua meia em Buenos Aires.
Eu estava até com um pouco de saudade de voltar ao tema. A questão, que supunha superada, entre a planilha x liberdade. Na prática: entre sair correndo sem muito destino ou refazer um trajeto já conhecido e registrado no Garmin esperando, caray, diminuir meu tempo.
Pois foi o cara que justamente deu a resposta: “sou eu hoje contra eu ontem” ao justificar por que corre, em uma entrevista dos primórdios deste pasquim, que me disse ontem que havia dois meses – acho que foi esse o período citado, estávamos num ambiente pouco propício a uma conversação de alto nível, o banheiro -, que há dois meses “tenta” correr sem relógio.
Disse que vem conseguindo, embora isso pareça “não fazer sentido”. “Preciso de objetivos”, revelou, finalmente. (Bem, talvez ele não tenha percebido, mas há um aí: mostrar para si mesmo que pode correr sem relógio). Se fizesse nosso teste para ver que corredor é, SX seria o CDF da turma.
Fiquei com vontade de retrucar, lembrando a ele uma corrida de 15K que fizemos juntos em Jurerê, em Florianópolis, testemunhada imparcialmente aqui, algo supostamente muito livre, pela areia da praia e pelas pedras em direção à escondida praia de Canajurê, mas aí lembrei que a distância, policiada pelo seu Garmin, era a mesma da São Silvestre, a prova famosa que se dava em outra latitude naquele mesmo dia.
Deu 15K e o sujeito encerrou a corrida. Tchau e benção.
E aproveitando que o sábado cai no feriado e não tem muvuca nem Pacefit na Usp, tudo indica que esse fim de semana tem Pico. Com Garmin.
Pra finalizar com um laivo de erudição barata, vou ao “Quotations” e volto com esta: “Você pode se atrasar, o tempo não”.
Evoé.