Meu primeiro Nike

Paulo Vieira

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Advertência: não sou patrocinado pela Nike. Muito pelo contrário. Nem tenho especial predileção pela marca americana. Aqui neste pântano chamado Orlando, onde os sonhos viram realidade, especialmente os sonhos de quem tem uma cadeia de hotéis ou algo similar, flertei com a Asics e com a Adidas.

Entrei em suas lojas, mas não fui feliz.

Buscava um produto específico, um tênis “zero drop”, mínimo ou minimalista. Mesmo com todo o blablabla em torno da corrida descalça, o tal “movimento barefoot”, nada. Foi quando, no shopping Florida Mall, entrei na loja Fit2Run, especializada em corrida, e ali o tênis que mais se aproximava do zero drop era o novo Nike Free 3.0.

Perderam Brooks, o preferido da Julia, Altra, New Balance e outras.

Eu tinha olhado antes o Free 5.0, 100 dólares por aqui, mas o 3.0, 30% mais caro – será por isso 3.0? -, me convenceu pela simplicidade. Ele “veste” o pé, à maneira dos minimalistas radicais, e tem um solado relativamente baixo. Eu diria que o tênis não tem cabedal se soubesse direito o que é cabedal. A Julia, de novo, pode ajudar.

O 3.0 de seu nome, na verdade, indica o desnível do centro do solado ao calcanhar numa escala de 0.0 a 10.0 em que 0.0 seria desnível nenhum.

No dia seguinte à compra, me aprumei e levei o brinquedinho para sua estreia. Foram 9K rápidos sob o sol das 11h30 e sobre o cimento aqui no entorno do complexo da Universal, onde passei estes últimos cinco dias.

Nike 3.0 + Garmin
Meus novos colegas de trabalho/Foto: Paulo Vieira

Assim como com meus tênis zero drop, o Altra, presente do Gesu Bambino, e o Vibram, que eu comprei ano passado, não senti nenhum desconforto com o 3.0. Mas também não posso dizer que os tais hexágonos do solado, propalados como a última panaceia pela fabricante, fizeram qualquer diferença em conforto ou performance.

Verdade que me surpreendi ao fazer uma “volta” em 4’40” sem fazer muita força.

Sim, porque eu também adquiri um outro brinquedinho. Um cronômetro com GPS que marca o tempo de cada quilômetro vencido. Garmin, 110 dólares.

E assim, no dia da graça de 14 de abril de 2014, eu me tornei um verdadeiro playboy da corrida.

Que beleza.

Ao tirar o Nike para pegar uma piscininha básica no hotel Portofino Bay (palhinha aqui), vi que ele feriu ligeiramente a pele da parte de dentro dos meus dois pés.

Talvez tenham sido as etiquetas. Talvez não. Melhor usar meia na próxima corrida.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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