Coletor, uma profissão que forma corredor

Paulo Vieira

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UMA DAS DESCULPAS MAIS FREQUENTES e esfarrapadas do sedentário – ou do preguiçoso – é a de que não tem tempo para se exercitar. Tal disparate não será comentado aqui.

Não é difícil inserir o exercício físico na rotina. Trago à mesa a personal trainer Camila Hirsch e a jornalista e corredora Renata Veneri, que apresentam na rádio Band News o programa Em Forma.

Elas vivem dizendo que o caboclo já incrementa – e muito – seu condicionamento físico quando troca a escada rolante pela convencional no metrô ou salta do busão alguns pontos antes do destino, obrigando-se a caminhar um tanto.

Uma outra maneira muito interessante de enxotar a preguiça é aumentar a distância do passeio com o pet, para quem tem um, claro.

Ou, melhor ainda, correr com ele, como ensina o casal Camila e Feitosa, do Dog Resort, de São Paulo, aqui.

EM FORMA COM CAMILA HIRSCH

EM FORMA COM RENATA VENERI

SOLONEI SILVA FALA AO JQC

Mas há certas profissões que precisam malhar no trabalho, e eu não me refiro aos educadores físicos, que esses, salvo o professor Zeca, devem se condicionar em algum horário mundo-bizarro.

Quero falar dos coletores de lixo cujo dia, é, segundo a empresa Loga, celebrado hoje.

Poucos sujeitos se condicionam tanto quanto essa rapaziada, que fica dando tiro atrás de tiro para voltar ao caminhão no horário de trabalho.

O maratonista olímpico Solonei Silva, ouro no pan de 2011, e que foi coletor em Penápolis, no oestão de São Paulo – a mesma cidade da Sabrina Sato –, é o caso emblemático.

Mas eu quero aproveitar aqui para recolocar na roda aquela história dos corredores suecos que aproveitam o cascalho para fazer esse serviço tão essencial à sociedade, a coleta do lixo.

Tinha de ser na Suécia.

Meta legendas em inglês e parta pro abraço.
Foto: Solonei Silva e companheiros de Penápolis/Foto: Facebook Solonei

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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