COLECIONAR MARATONAS OU PROVAS QUE JÁ NÃO APRESENTAM grandes desafios para o corredor: eis o fetiche do fetichista-mor, o maratonista.
Mas e quando os 42K são feitos com enorme dificuldade, em meio a câimbras, montanhas e carros buzinando pedindo para a estrada ser liberada?
E, com isso, a prova, que tantos concluem em 3:30, 3:40, acaba levando o dobro desse tempo?
Aí já não dá para chamar exatamente de fetiche.
Desafio é uma definição mais acurada.
MARATONA, O FETICHE
OS VERDADEIROS MARATONISTAS
NINGUÉM VIRA NINJA POR TERMINAR A UPHILL
MINHA PRIMEIRA MARATONA, VIVACE
Desafio foi o que viveu a professora e cabeleireira Angela Ribeiro, 53 anos, de Santa Rita do Sapucaí, a aprazível cidade do sul mineiro lindeira ao buliçoso rio Sapucaí, que nomeia tantos municípios da região.
Angela fazia sua primeira maratona, e, por sugestão de um treinador, calhou de ser logo uma dessas que sobem pirambeiras, no caso a Mantiqueira fluminense entre Penedo e Visconde de Mauá.
Se terminasse em Mauá, na verdade, seria um alívio, mas a treta ia um tanto mais longe, no caminho de Maromba.
Embora tenha feito algumas meias, Angela não conseguiu seguir a planilha convencional de treinamento – além dos dois empregos, tem três filhos, a menor de 11 anos, toca surdo na banda da escola, a agenda não é bolinho.
Sua distância mais longa havia sido os 21K.
Mas isso é de somenos. O diabo é que faltando quinze dias para a prova ele começou a sentir dores na coluna e no joelho. “Parecia que eu estava bichada”, disse por telefone ao JQC.
Seria bastante prudente abortar, “mas a inscrição já estava paga, além de 50% do hotel”, e, mais importante, diz ela, “só desisto de algo que coloco na cabeça em caso de morte.”
Assim, ela encarou. A prova, sugestivamente chamada de “A Muralha”, emula a sistemática da Comrades sul-africana. Um ano sobe, o seguinte também.
Digo, no ano seguinte desce.
Este ano, claro, subia.
Angela teve câimbras na panturrilha, passou de raspão nos dois primeiros tempos de corte e bombou as 6 horas do horário limite.
Faltavam ainda 6K para a chegada, e a organização pediu então para ela abandonar a prova e subir no ônibus, pois a estrada precisava ser liberada para os carros.
Mas para quem já estava tão perto do objetivo, que mané subir no ônibus.
Por mais 45 minutos, o tempo que ela levou para concluir os 6K que faltavam, ela ouviu carros a buzinar, seus motoristas indiferentes à presença dos guardas que, comovidos com a força de vontade da corredora, decidiram guarnecê-la.
Ao finalmente chegar, sem direito à medalha, acabou por ganhá-la de uma outra concluinte, tocada com o que via.
O regulamento da prova vetava-lhe a medalha e o tempo oficial, mas certamente a professora mineira, que começou a correr há apenas quatro anos, é a campeã inconteste da Muralha.
“Negou-lhe a medalha” dá a ideia que a Organização teve indiferença com nossa colega, o que não é verdade. O Regulamento é bem claro que existe um tempo limite, principalmente porque a Estrada Penedo/Visconde é fechada e o pessoal da Rodovia é bem exigente no cumprimento do tempo. Sempre cito a “Comrades” (Africa do Sul) que são 89 Km e os caras simplesmente criam uma barreira humana se você não passar nos “Cut-Offs” dentro do tempo estabelecido. Lá eles simplesmente te barram mesmo, sem dó! Não interessa se passou 1 segundo depois ! Está fora ! Embora não concordasse, depois de ver várias e várias imagens (You tube tem muitos Cut-Offs da Comrades) comecei a aceitar o fato que Regulamentos devem ser cumpridos. É dolorido e muitas vezes injusto para aqueles que insistem em continuar, mas Regulamentos devem ser respeitados. Quanto à nossa colega, merece todo nosso respeito, admiração, carinho e incentivo para que no ano que vem, volte lá e consiga sua almejada Medalha. Ela tem meu respeito ! Quanto à Organização da Prova, fez o que tinha que fazer e isso mostra seriedade naquilo que faz ! Se abrir para um ou para outro, não existe controle algum e isso torna a Organizadora sem credibilidade ! Quem organiza “A Muralha” são pessoas sérias e cientes de suas responsabilidades, ainda mais em uma Prova realizada em uma Estrada movimentadíssima, principalmente aos finais de semana. Parabéns à nossa colega !!!
Excelente ponto, Wagner Gerlach. Vou mudar o sujeito da frase para “o regulamento”. Abraço.
Sabias palavras. Realmente a chegada dela foi emocionante, muita determinação.
Wagner, meu amigo , a organização da A Muralha foi excelente ou melhor nota 1000. Eu sabia das regras e optei em continuar , o organizador falou que não teria a escolta , falei tudo bem! Como estava com meu treinador Ronan Júnior e esposa Ana Paula , eu sabia que eles não iriam sem mim. Continuei! Logo em seguida agradeci os guardas colocando as mãos postas agradecendo. Os guardas que optaram em me apoiar mesmo ter passado do tempo falaram que iriam me acompanhar até ao final e comecei a chorar ? mas foi uma experiência prazerosa que nunca vou esquecer que uma corredora veio ao meu encontro e colocou sua medalha em meu pescoço, pensei que ela era da organização kkkk simplicidade por minha parte kkk mas o Ronan falou que era dela! Sendo umas das medalhas mais cobiçadas do Brasil ?? foi onde que pedi para uma amiga fazer uma mensagem e colocar no grupo para encontrá-la a medalha é mérito dela e queria devolvê-la . Também Contatos dos guardas para agradecimentos que eles sim merecem meu respeito e admiração.Wagner ,cheguei à conclusão que se treinar chegarei no tempo na próxima vez ??? Obrigada Wagner pelas palavras ! Abraços e fique com Deus meu amigo!
Angela, querida, a prova é a mais cobiçada. A medalha é a lembrança do que foi a prova, linda. Corri feliz por 42km, tua força fez vc merecedora. Acredito nos que nunca desistem. Xero no coração e até ano que vem!
Paulo Vieira , obrigada por compartilhar minha história! Abraços!
Ela é assim, intensa em tudo que faz…
A medalha ela já tem da vida!!!
Parabéns minha guerreira, te admiro muito.
Esporte é Esporte, regulamentos foram feitos para regular, e não para impedir atletas de cumprir seus objetivos, isso já aconteceu em olimpíadas. Um esforço extraordinário da atleta Ângela para superar os 42 km da maratona não desmerece a organização, pelo contrário engrandece os organizadores. Sem este fato de superação da atleta Ângela e do apoio incondicional da GM está maratona seria apenas uma corrida de 42 km e medalhas para os concluintes. Os organizadores revejam seus conceitos, atletas como a Ângela é que mantém viva este espírito de competição e mantém a muralha em evidência e organização deste evento. Em minha região está competição tornou-se conhecida e almejada para o próximo ano juntamente o fato de superação de um atleta. Não bombou na mídia o primeiro lugar e sim o último corredor chegando. No próximo evento sugiro a criação de uma medalha de superação. Obedecer regulamento é fácil, o duro é encontrar soluções para o transcorrer do evento, pior que esses fatos não programados é que valoriza o acontecimento.
Parabéns a atleta Ângela que com seu esforço valorizou a muralha. Parabéns a atleta que ofereceu sua medalha a grande vencedora do objetivo esportivo da prova, você enxergou mais longe que todos, você também é uma pessoa que valoriza o esporte. Parabéns a organização da prova que permitiu que atleta concluisse a prova. Parabéns a guarda municipal pelo apoio a atleta escoltando-a até a linha de chegada. Medalha é um objeto que se ostenta em um mostruário, superação engrandece a pessoa e se torna exemplo vivo para os mais novos. Parabéns a atleta Ângela, valorizou a muralha.
Um grande exemplo de superação. Pessoas assim inspiram para que possamos alcançar nossos objetivos.
Parabéns e que orgulho ???
Parabéns Guerreira! Admiro muito você minha amiga e prima. Tenho certeza que no próximo ano você vai conseguir seu objetivo. Meu carinho e respeito por você. Bjo
Guerreiro que é guerreiro nunca desiste. E vc e uma vencedora! Parabéns prof.