FAZ BEM POUCO SENTIDO PARA MIM a ideia de pegar um carro para ir correr. Não posso dizer que jamais fiz isso – esta semana mesmo, após deixar a minha filha no inglês, larguei-o na Praça dos Enfartados, Alto de Pinheiros, Z.O., onde mora o presidente 3% (Fala, Geddel; volta, Belchior!).
Foi ali que comecei uma corrida de 55 minutos, o único cascalho até aqui da semana.
A atividade, aliás, foi da mais pura corrida-transporte, veja o paradoxo: de lá ganhei a USP, que 4K depois deixei para me embrenhar pelas quebradas da parte branca do Rio Pequeno. O destino era a biblioteca municipal Camila Cerqueira César.
Precisava pegar o velho O caso dos dez negrinhos, livro da Agatha Christie que mudou de nome e que a minha filha está lendo na escola – Agatha Christie? Que escola é essa? Quero estudar lá também.
De qualquer forma, não será agora que vou falar sobre o sistema municipal de bibliotecas, um dos poucos predicados desta cidade sufocante.
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A lança é que pego o carro mais tarde para rodar umas milhinhas aí, até as lonjuras de Ubatuba, quase Paraty. Participo amanhã, a convite do organizador, do Desafio 28 praias, uma prova de “trail run”.
Ubatuba é uma das razões para não abandonar São Paulo. Assim como diz-se que sempre haverá Paris, sempre haverá Ubatuba, embora muita gente se esforce em provar o contrário.
Não é todo mundo que pode contemplar aquele cenário de praias de todos os tamanhos e formatos com as montanhas vindo molhar os pés no Atlântico.
Exatamente como faremos amanhã.
Um diferencial importantíssimo do evento: não se pode jogar lixo pelo caminho. A organização promete lixeiras para que os atletas descartem os copos no local adequado.
Pena mais justa ainda que a desclassificação para o infrator seria sua eliminação perpétua das provas de corrida.
Enfim, a corrida amanhã é de revezamento, mas eu sigo solito correndo a favor do vento na modalidade 21K. A temporada de “fulls” do editor deste pasquim foi devidamente encerrada nos contrafortes de Lauro Muller, em Santa Catarina, no começo deste mês.
Ou não.
Colo abaixo um vídeo do site oficial da prova para dar um gostinho. Este pasquim volta semana que vem com as imorredouras “Entrevistas Suadas” colhidas no paraíso ubatubense.
ENTREVISTAS SUADAS: MARA DO RIO
ESTREVISTAS SUADAS: MEIA MARA SPCITY
ENTREVISTAS SUADAS: UPHILL RIO DO RASTRO
ENTREVISTAS SUADAS: NILSON DE LIMA NA UPHILL RIO DO RASTRO
TEU CARRO: FUMAÇA DE TRÊS CIGARROS DIÁRIOS PARA NOSSOS PULMÕES
O COLEGUISMO BRILHOU NA PROVA DE REVEZAMENTO DO SUPERMERCADO QUE FOI VENDIDO PRO CONCORRENTE
E como comecei falando de carro, concluo no mesmo tom: releve no vídeo embebido abaixo a enorme e constrangedora colher de chá dada ao mercado automobilístico em geral e a uma marca japonesa – muita boa, por sinal – em particular.
Nego tem de se virar.
Disclosure/Abrindo tudo: o jornalista Paulo Vieira, editor deste pasquim, teve a inscrição para o Desafio 28 Praias de 30 de setembro bancado pela organização do evento.
Bom dia Paulo!!!
Parabéns pelo artigo!!! Agradeço por novamente divulgar a Corrida-Transporte (que é a forma mais ecológica de se praticar corrida). Como sempre seu texto é diferenciado, pois você naturalmente nos incentiva a pensar e questionar os porquês disso e daquilo!!! Neste sábado fotografei e completei o 7º Desafio 28 Praias (Costa Norte), para mim foi a prova de 42 km mais difícil que fiz de todas as 68 maratonas que completei até agora, ao mesmo tempo é uma das mais belas do mundo, Ubatuba é um pequeno paraíso que é um verdadeiro milagre por continuar existindo, pois está incrustado exatamente no meio do caminho das maiores megalópoles do Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro). Um grande abraço!!!