EXISTEM PESSOAS, E SURPREENDENTEMENTE elas não são poucas, que não colocam o tênis caso não saibam exatamente quantos quilômetros vão correr dali a minutos.
Elas precisam saber minuciosamente quantos quilômetros e – mais – de que forma essa distância será vencida. Se vai haver subida, mudança de ritmo, qual será o momento de dar uma apertada, onde estão os bebedouros etc.
É preciso ter controle total. Nada do inesperado fazer uma surpresa, mesmo que na voz do Johnny Alf. Nada do Imponderável de Almeida piar no cascalho.
Correr sob a direção estrita de uma planilha pode ser mesmo bacana para muita gente, mas volto a insistir no tema: algo aí está a se perder.
Liberdade, prazer, vontade de dar uma vadiada ou até, pelo contrário, de fazer algo mais auspicioso – dê o nome que quiser.
Cesinha Candido, o Novo Maratonista, cito ele mas poderia citar outros tantos, só corre com três cópias de igual teor de seu excel devidamente printadas, margens e tabulação escrupulosamente ajustadas, no bolsilho do calção.
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Pergunto:
Pra quê?
Você talvez responda: “Vou fazer uma prova assim assado, e o fessô sugeriu que eu seguisse esse plano de 12 a 16 semanas de treino.”
Eu de novo:
E por que você vai fazer tal prova? Você precisa mesmo correr uma prova?
“Prova é legal.”
Eu concordo, mas, sem querer bancar o sofista, treplico: “Mas correr é ainda mais legal. Você não precisa treinar e competir. Correr é suficiente.”
Não sei se me faço entender, mas a corrida, qualquer que ela seja, traz recompensas e satisfação imediatas. Você não precisa atingir metas para evoluir, disputar uma maratona – se for esse o seu fetiche –, e, principalmente, ter prazer.
CONVITE AO PRAZER
MARATONA, O FETICHE
CESINHA, O NOVO MARATONISTA
INDEPENDÊNCIA OU PLANILHA?
CORRIDA COM ABRAMOVIC
EM CUNHA, COM BOLAÑO E FUSCAS
MINHA PRIMEIRA MARATONA
Meta, aliás, é uma palavra que vem sendo incorporada abusivamente pelo mundo corporativo, o que só dificulta as coisas.
Minha ficha corrida não é das melhores, você pode dizer. Em 16 anos de corridas regulares – os oito últimos bem mais caxias, digamos –, apenas duas maratonas, algumas dezenas de meias, um pequeno punhado de provas menores.
Entre as mesmas maratonas de SP, 2015 e 2016, 12 minutos a menos este ano, apesar dos 12 graus centígrados a mais.
Zero planilha.
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Mas proponho uma métrica um pouco diferente. Uma medida que tenha como indicativos as porteiras abertas em Cunha ou no Peloponeso, as dunas em que afundei os pés no Ceará ou no sul catarinense, as pontes atravessadas sobre o Douro ou o Leste, as pirambeiras vencidas em Gonçalves ou na Vila Clarice e até mesmo as voltas dadas no Villa-Lobos ou no parque do Povo Wasp.
Você não precisa correr com planilha.
Eu corro há quase 1 ano, sem planilha alguma. Acho fantástico o corpo da gente ir nos levando, a cabeça ajudando o corpo, o corpo surpreendendo a mente, o coração se alegrando com os altos e baixos (literalmente) que cada corrida ou treino traz. A única coisa que programo antes é a distância a ser percorrida. Isso, por si só, me motiva muito. As vezes em que saí sem essa meta fixada, me senti meio perdida, meio sem objetivo. Mas de resto, vou de boa. E nessas, já fiz treinos de 15, 18 e 21km. Estou inscrita para a minha primeira São Silvestre.
Paulo, no próximo ano completo 10 anos tendo como MEU Esporte a Corrida… no decorrer deste tempo já tentei varias opções pra Desfrutar deste nosso esporte, em 2011 fiz 11 provas. Nos últimos anos tenho feito cada vez menos provas, minhas ultimas 4 provas foram todas maratonas… e compartilho atualmente as suas impressões… acredito que se organizar pra correr uma prova é bem legal SIM, mas acho que determinados termos do mundo atualmente estão inseridos no mundo da corrida de maneira permissiva demais e até promiscua, pois se ganha ao se organizar e milimetricamente cumprir um plano de trabalho, porem por outro se perde a magia, a Liberdade.. a alguns meses (quase um ano) fui treinar com um pessoal em um parque que não conhecia aqui de S André (SP) e ao final vi 3 corredoras dando voltas em uma arvore apenas pra completar a quilometragem de 5 km no Garmim ……. alem de curiosa, esta cena nos mostra o quão incompreensível , ficou este mundo da corrida… e também a utilização cansativa de vários termos como “Guerreiro”, “Foco”, “Determinação”, “Objetivos” também auxilia nesta nossa impressão, hoje estou correndo sem planilha rodo de 60 a 100 km por semana, só penso na quilometragem alguns momentos antes de sair ou até saio pra correr e decido o que farei durante o percurso… é muito mais PRAZEROSO.
Corri meus primeiros anos sem planilha. Quando comecei a treinar com instrução dela tive uma melhora surpreendente. A única crítica que tenho é ficar fechado na sequência programada o que deixa um pouco chato, mas o resultado vem se seguir corretamente. Nos últimos meses voltei a treinar sem elas, pois não tenho um objetivo de resultado definido. Minha sugestão é usar planilha se quer melhorar, conhecer tipos diferentes de treinos e ser disciplinado. Agora se quer prazer, o melhor é correr sem elas.
Gosto de correr isto basta!Não sou fã de muitas regras!O meu corpo determina minhas regras!
Legal!!! 🙂 (y) A filosofia da #CorridaTransporte compartilha totalmente com seu pensamento!!! Ou seja para se transportar correndo precisamos estar livre de quantidade de km e de intensidade de ritmos, ter a mesma liberdade de uma pedalada descompromissada!!! 🙂 (y) Abraço!!! Esta é a página oficial do grupo: https://www.facebook.com/groups/corridatransporte Abraços!!!
Acredito que seja com planilha ou sem planilha o importante é estar é ser feliz, difícil falar o que é ou não necessário.
Eu particularmente sou movido a desafios, metas e objetivos, hoje é o q me faz feliz. Então acho q cada um no seu tempo descobre o que é melhor para ti, seja um corredor de 20,15 ou 10 anos, seja um iniciante.