A Asics e a meia-maratona

Paulo Vieira

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Quem detém a informação detém o poder. Informação é dinheiro, é negócio. No jornalismo brasileiro mainstream do terceiro milênio, sentenças tão chãs talvez mereçam ganhar um adendo: a qualidade da informação é de somenos, importa nada.

Importa mesmo é saber utilizá-la contra meu oponente.

Mas isso realmente não vem ao caso agora. É que eu meditava sobre o cadastro que tive de preencher para fazer jus a uma inscrição para a corrida deste domingo, a etapa São Paulo da Golden Four, o circuito de meia-maratona da marca Asics pelo Brasil.

(Inscrição que me foi franqueada pela própria Asics, digo a bem do sistema de acesso à informação pública subsetor “jabás”).

Em tradução livre, uma das perguntas feitas aos corredores da Quatro Dourado é esta: “Que tênis tu pretende usar domingo, brother?”

Here the run é de responsa, partner
Here the run é de responsa, partner

Fico pensando se a Asics investe uma bala na organização dessas corridas – e também das feiras que as antecedem, sempre com atrações bacanas – apenas para ter acesso a essa informação.

Estou louco para saber, até talvez mais do que a fabricante, qual é o percentual de Asics nos pés dos corredores. Claro que o Leandro Moraes, diretor de marketing da japonesa, não abriu o dado.

Mas ele falou outras coisas ao JQC.

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A QUATRO DOURADO

– Perto de 18 mil inscritos para as quatro praças (Fortaleza, Rio, São Paulo e Brasília) em 2015.

– Ideia surgiu há cinco anos, quando a empresa observou “que não havia no mercado uma prova que proporcionasse infraestrutura de excelência para o atleta”. Leandro dá os exemplos: “hidratação farta, suplementação em gel, percursos planos, largada às 7h.”

– Asics global tem traquejo no negócio. Patrocina mais de 60 maratonas, Tóquio e Nova York incluídas.

FOCO SEM TANTO FOCO

– À pergunta qual o tipo prioritário de corredor para a Asics no Brasil, Leandro respondeu: “Acreditamos que os corredores são diferentes e que cada tipo de treino necessita de um calçado específico”.  Há produtos com “foco em longas distâncias, velocidade, trilha e corrida natural.”

CORREDOR BRASILEIRO

– É chegado num frufru. “Uma curiosidade do corredor brasileiro é seu lado fashion. Procura aliar performance e estilo. Nossos produtos têm design mais colorido e estampas exclusivas para o Brasil.”

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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