Meditar ajuda você a correr melhor

Julia Zanolli

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Engana-se quem pensa que para meditar é preciso esvaziar a mente. Segundo a monja zen-budista Wahô, de São Paulo, a ideia não é parar os pensamentos, mas estar atento e perceber como eles são produzidos.

E ficar sentado em silêncio olhando para uma parede branca durante quase uma hora pode ter um efeito surpreendente na corrida. Diversas pesquisas internacionais sobre o tema já comprovaram que a prática ajuda a diminuir a dor, reduzir o estresse, melhorar a concentração e o sistema imunológico.

"Eu vou fazer treino de subida, eu vou fazer treino de subida…"
“Eu vou fazer treino de subida, eu vou fazer treino de subida…”

Há cerca de três meses comecei a frequentar semanalmente uma sala de meditação a convite de uma amiga, e já senti o tal barato zen. A tradição budista pede que os participantes sentem sob uma almofada, virados para a parede, e tentem se manter imóveis e em silêncio total durante a prática.

Aí vem a primeira e mais poderosa lição: tolerar o desconforto. Dói as costas, as pernas, coça o nariz… mas você não se mexe. “É importante não ceder ao primeiro incômodo, esses segundos que você resiste são poderosíssimos”, afirma a monja.

Na corrida, a lógica é a mesma. A dor vai chegar e você vai ter de negociar com ela. Procurar condicionamento para não se entregar a um ritmo confortável demais logo que o músculo começa a queimar é o segredo para ir mais longe.

Outro benefício importante é ter mais consciência da respiração, já que durante a meditação é preciso estar muito atento a ela. A prática também me deixou mais focada na hora de correr. “Meditar é estar presente, sem projetar o futuro ou julgar o passado”, diz Wahô. Embora seja tentador deixar a cabeça ir longe, vale experimentar se concentrar no que está acontecendo à sua volta enquanto você corre.

Uma coisa assim, Abramovic.

Há quem diga que a corrida também pode ser uma espécie de meditação, já que também promove benefícios para o corpo e a mente. Veja mais informações (em inglês) aqui, aqui e aqui.

 

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Julia Zanolli

Julia Zanolli começou a correr em nome do bom jornalismo quando foi trabalhar na revista Runner’s World sem entender nada do assunto. A obrigação virou curtição, mesmo depois de sair da revista. Se livrou do carro para poder andar a pé pela cidade, mas é fã assumida de esteira. Prefere falar de comida do que de nutrição e acha que ter tempo é muito melhor do que matá-lo.

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