JQC entrevista Mario Sergio Silva

Paulo Vieira

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Falando para as massas/Foto: Corpore
Falando para as massas/Foto: Corpore

Quem esteve alguma vez num parque das cidades de São Paulo, Rio e BH bem cedo ou no fim da tarde de um dia útil já viu um pequeno pelotão de esportistas se exercitando com uma camisa amarelo-limão. A vistosa cor identifica os alunos da Run & Fun, uma das maiores assessorias esportivas do Brasil, hoje com quase 2 mil alunos.

Fundada por Mario Sergio Silva, ex-treinador de natação do Clube Pinheiros, a Run & Fun acaba de celebrar uma joint venture com a Selva Aventura, empresa especializada em treinamento para provas na “natureza”. Abre, assim, um sendero no cada vez mais desejado mercado “go outside”. Mas o espaço para a corrida de rua ainda é muito grande, na sua opinião. O empresário, que é também colunista da revista Runner’s Brasil e autor de um guia de corrida, o “Corra” (que você encontra facilmente aqui), falou com o JQC.

JQC – Como a Run & Fun começou? Com quantos treinadores? E como se deu sua expansão para outros estados?
Mario Sergio – A Run & Fun teve inicio em 1993, eu já era treinador de natação do Pinheiros, e como ex-nadador do clube sempre gostei muito de correr e sempre tive uma paixão pela prova da maratona. Quando percebi que Wanderley de Oliveira e Marcos Paulo Reis começavam esse trabalho, vi que podia também desenvolver esse serviço. Comecei com um atleta, mas em seis meses tinha oito. Depois 15, 30, e aí veio uma escalada exponencial. Em 1998 deixei o Pinheiros e a outra academia onde eu trabalhava para me dedicar só à Run & Fun. Em 1999, veio o primeiro contrato corporativo e em 2008 chegamos a Belo Horizonte.

JQC – Quantos professores há hoje e quantos alunos pagam regularmente para treinar com vocês?
Mario – Nós temos hoje 35 treinadores que trabalham conosco nas três praças (SP, Rio e BH) e 1 960 atletas. Desses, 50%, aproximadamente, participam de provas.

JQC – Qual o principal objetivo desses alunos e qual o tempo médio que ele, o aluno, fica com vocês?
Mario O objetivo é melhorar a qualidade de vida. Ficam um ano e meio, em média. Não ficam mais, acho, porque a atividade física não é natural no ser humano, não existe um animal na face da Terra que opte por gastar energia para se exercitar. É mais fácil (para a gente) deixar de ir ao treino do que deixar de almoçar.

JQC – Há espaço para o crescimento da corrida de rua no Brasil?
Mario – Sem dúvida, temos ainda 50% da população brasileira sedentária, e se pensarmos que os outros 50% fazem outras atividades, temos um campo muito grande para isso. Temos mídia espontânea e benefícios claros para os praticantes, por isso acredito que o mercado deva crescer ainda por um bom tempo.

JQC – Fale um pouco, por favor, dessa demanda por treinar fora dos mesmos lugares, da demanda por treinar na natureza. Isso é um pedido dos alunos?
Mario – O que acontece é que todo corredor que está há algum tempo fazendo provas de rua começa a querer mudar de cenário. Provas de montanha caíram e cairão no gosto dos corredores até mesmo por ser uma prova onde o tempo não é o mais importante. O mercado crescerá se aparecerem boas provas com bons organizadores.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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