PRA QUE VOCÊ corre? Ou, melhor, por que você corre? Que razões tem para correr?
Eu corro, já o disse aqui, por dois motivos – três, forçando a barra –, a saber:
1. Para ter autonomia. Correr sem cansar por distâncias razoáveis me faculta desbravar novos territórios, permite-me ser o meu próprio double decker de turismo, aqueles ônibus de dois andares, abertos, que rodam por cidades mais ou menos desenvolvidas como Nova York ou Londres.
A CORRIDA COMO SEU PRÓPRIO ÔNIBUS DE TURISMO
Quem tem essa capacidade de correr sem dificuldade por duas, três horas, tem condições de fazer a qualquer hora os melhores cityseeings da vida. Como o que fiz em Nova York ou em Olímpia, na Grécia – links abaixo. O duro é achar um guia que também corra.
A MEIA DE NOVA YORK – I DID IT MY WAY
EM OLYMPIA, NO BERÇO DA OLIMPÍADA
2. Para beber mais. Por certa deformação de caráter, tendo a ver a bebida com um prazer, uma indulgência, o “descanso do guerreiro” a que eu só posso aspirar e merecer se fizer jus a ele.
O QUE É MELHOR: CORRER OU BEBER CERVEJA?
E já não basta, digamos, um dia cheio de trabalho, agora é preciso haver uma atividade física mais ou menos intensa como justificativa para o merecimento.
(Não estou aqui a falar de compensação de calorias ou coisas do tipo. A atividade física rotineira é maior do que isso, te pega de jeito, cria dependência física e psíquica.)
Por isso, deixar de correr ou fazer atividade física dói na alma. E dói mais intensamente nos dias sempre muitos solares destes trópicos.
O feijão e a birita descem sempre mais quadrados quando o cascalho (ou a laje, como na música do Zeca) não vêm antes.
Abrindo tudo/Disclosure – Parafraseando o poeta, é antes do patrocínio que minha alma é ébria