Nunca consegui decidir se aquela chegada da Gabrielle Andersen-Schiess na Olimpíada de 84, em Los Angeles, é símbolo do espírito esportivo de superação ou se é uma mistura de falta de noção com falta de limite. Desidratada e desorientada pelo calor, a suíça entra no estádio olímpico com cãibras e cruza a linha de chegada cambaleando, antes de desmaiar e ser atendida pelos paramédicos. A briga não era pelo pódio- ela terminou a prova em 37o lugar dentre as 44 corredoras que disputavam a prova.
Até que encontrei um vídeo da chegada do Ironman no Havaí em 1997. Imagens fortes, importante avisar. E tive certeza de que realmente não entendo essa galera que faz de TUDO para terminar uma prova. Quem tudo quer acaba como o nosso Touro Indomável…
Julia,
O simples fato de você postar esses vídeos já responde sobre o porquê de se fazer tudo para terminar a prova: atos heroicos ficam para a posteridade. Provavelmente isso fez com que você chegasse a esse vídeo. Só para você ter uma ideia, nessa mesma prova, a Fernanda Keller chegou em 3º. Pouquíssimas brasileiros, mesmo os ligados ao triatlo, lembram disso. Mas, mesmo com o passar dos anos, muitos se lembrarão de ilustrar suas palestras motivacionais ou aulas inaugurais com os vídeos mencionados agora por você. Em outras palavras, o ordinário cai no esquecimento. É simples assim.