A Saucony entre nós

Paulo Vieira

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FUNDADA AINDA NO SÉCULO 19 e presente em 33 países, a Saucony é uma marca esportiva bastante relevante nos Estados Unidos, onde tem seu principal mercado.

Nos anos 1970, tornou-se a grande fabricante de calçados de performance do atletismo americano – não havia muitas, e o conceito de performance não era exatamente o que se conhece hoje.

Ganhou musculatura em 1983 com a vitória na mara de Nova York de Rod Dixon, primeiro estrangeiro a tornar-se campeão nos 42K da Grande Maçã.

Dixon é o neozelandês doidaço que cunhou a frase “tudo o que eu quero é beber cerveja e treinar como um animal.”

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E então chegamos ao Brasil. A Saucony sempre teve uma presença errática por aqui, desproporcional para seu tamanho nos Estados Unidos, mas deu um passo importante ano passado ao fechar acordo para ser representada pelo conglomerado empresarial da família Wizard.

No setor de marcas esportivas, os Wizard detêm os direitos de comercialização da Topper e da Rainha, agora da Saucony, claro, e também da Hickies, aqueles cadarços mágicos e elásticos que são só alegria até a hora que perdem o viço.

Os Wizard, como se sabe, começaram com cursos de inglês, mas hoje atuam também em fast-food (Taco Bell), academias de futebol (Ronaldo Academy e Palmeiras), óleos essenciais (Aloha Oils), varejo de produtos naturais (Mundo Verde), soluções de pagamentos (Hub Prepaid).

Devem já ter mais coisas, pois a cada semana entra um negócio novo por lá.

Aos interessados, recomendo a leitura desta reportagem sobre os Wizard para a revista PODER, coincidentemente da lavra do editor deste pasquim.

De volta ao setor de marcas esportivas, difícil é tirar um número, qualquer que seja ele, dos executivos do setor. O JQC falou por telefone com o “head” da Saucony no Brasil, Bruno Rigonati, que se esquivou de falar sobre faturamento, meta de vendas ou mesmo share.

Saucony Kinvara 8, 700 pratas nas boas do ramo

Informou que quer logo a Saucony entre as “três grandes marcas do mercado”.

Sobre as sinergias possíveis que a marca poderia exercer nos múltiplos negócios dos Wizard – quem sabe um teste-drive do tênis na Mundo Verde ou na Ronaldo Academy? –, ele disse que o que interessa é ganhar “distribuição”.

Veja os principais pontos da conversa.

À PROCURA DA MARCA

“Através de um consultor, começamos a sondar possíveis parceiros. A Brooks [que fechou contrato de distribuição com a Centauro] foi um deles. Nosso objetivo era ter uma marca esportiva de referência. Além dos tênis de corrida, queremos ter aqui a relevância que a linha casual da Sacony tem nos Estados Unidos. A fatia do mercado de tênis da linha casual é 20%.”

O Peregrine, tênis de trilha da marca, R$ 750
AMPLO CARDÁPIO

“Começamos com dois tênis, agora já são 18 modelos. Houve uma mudança de reposicionamento, hoje há modelos de R$ 299 até R$ 799 nos pontos de venda [no começo não havia preços “populares”, digamos].”

PRESENÇA EM PROVAS

“Começamos há pouco tempo, então ainda não há nada sobre patrocínio ou apoio de provas. A gente tem olhado alguns eventos, como os de triatlo, onde a Saucony tem um reconhecimento forte. Se formos entrar nas provas de corrida de rua, será de forma pesada. Isso talvez aconteça em 2019, alguma prova entre 10K e 21K . Ainda é muito embrionário.” 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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