QUANDO ESTAVA COM ARTUR, seu segundo filho, na barriga, Fabiana Gomes chegou a pesar 107kg, 10 quilos a mais de seu recorde “sem bebê”. Isso não foi há muito tempo, como sua forma física hoje poderia fazer supor, mas há menos de três anos.
Para quem passou boa parte de seus 36 anos acima do peso, foi useira e vezeira de remédios de emagrecimento, experimentou as frustrações do efeito sanfona, a biografia endorfínica da Fabi parece do outro mundo.
Se ela fosse um personagem de ficção construída por um autor iniciante, dificilmente passaria pelo crivo vigilante do editor. “Inverossímil”, diria o almofadinha.
Em apenas 13 meses – meses, não anos – ela saiu de um 10K feito em 1:26, sua primeira disputa de corrida, para a vitória em sua categoria nos 15K da Sargento Gonzaguinha de ontem, tradicional prova do calendário de Sampa.
Fabi fechou em 1:08:36, pace de 4:34, mesmo tendo de superar uma muvuca digna da rua Galvão Bueno em tarde de domingo. No geral feminino, terminou em quinto.
“Não imaginava em nenhum momento ganhar. A prova é tradicional e tem corredores de elite. Eu participei para melhorar meu tempo e fui conservadora na largada”, disse em entrevista a este pasquim.
Constatar que é possível correr abaixo de 4:40 não é algo a que se chega subitamente, como numa conversão, como se um raio caísse sobre nossa cabeça na estrada de Damasco. Em geral, percebe-se isso ao longo dos anos, muito lentamente.
Com Fabi, numa história de corrida tão curta, é difícil não imaginar tal raio caindo. Nesses 13 meses ela saiu de um pace de 8:36 para o 4:34 de ontem.
Dobrou sua velocidade em um ano.
Fabi treina com planilha, remotamente. Já foi orientada da China, o que faz de seu atual treinador, capixaba, parecer um professor do bairro. Mas ela segue diligentemente os ditames da planilha, treinando corrida cinco vezes por semana e acumulando até 50K – com intensidade, intervalados e fortalecimento na receita, comme il faut.
UMA PLANILHA PARA COMEÇAR A CORRER, POR WO
PARE DE USAR PLANILHA
NA SP CITY, ENTREVISTAS SUADAS
MINHA PRIMEIRA MARATONA, VIVACE
A PRIMEIRA QUEBRA A GENTE NUNCA ESQUECE
E há uma vida “real” a dar conta. Ela tem de cuidar dos dois filhos – a primogênita, Giovana, tem 8 anos –, da rotina “dólar” (não tem emprgada nem faxineira) e do coach de saúde que agora oferece a quem a procura pelas redes sociais. Seu perfil no instragam @eusoumaequecorre tem mail de 6 mil seguidores.
Em 2018 irá correr em quinteto de revezamento o Desafio 28 Praias – foi nessa prova, no solo 21K, em que também subiu ao pódio, que nos conhecemos, como você pode ver na Entrevista Suada embebida abaixo.
Outro objetivo do ano que vem é baixar seu recorde da meia, que é 1:41. Ela ainda não diz isso, mas tornar-se uma sub 1h30 não parece uma meta nada fantástica diante dos prodígios de 2017.
Uowwwll…
Essa Fabi é mesmo guerreira, além de estar colocando o pezinho na categoria elite de corrida, ela é muito humilde para com os demais prestando toda a atenção e carinho em suas marcações históricas nas corridas onde tem se tornado cada vez mais conhecida pela façanha de treinos dedicados e dedicação com os afazeres de casa, filhos e esposo sem deixar a peteca cair.
Parabéns pelas belas palavras do post, confirmo tudo rsrs
É parabéns Fabi, você é uma Mãe Que Corre!!
Q show… parabéns Gabi.. . A exemplo de superação….