PARA QUEM PREZA tempo & performance e vê a corrida de maneira competitiva, as provas de trail run são gincanas que se assemelham a reality shows na selva.
Não faltaram lama, areia fofa, água e pirambeiras (algumas com cordas para auxiliar na subida e na descida) na minha estreia no “trail run” anteontem. Foi em Ubatuba, no Desafio 28 praias, prova que vem se tornando tradicional no litoral paulista.
Corri uma humilde meia maratona “para” algo como 2:40, um tempo que na rua seria considerado de trote.
A chuva que castigou a cidade na madrugada complicou as coisas para diversos competidores, especialmente aqueles que tinham tênis inadequados nos pés – minha insistência num minimalista sem “grip” me obrigou a correr com ele nas mãos em pelos menos um quarto da prova.
A aderência era de Croc careca.
Mas falei demais de mim. Como se diz nas escolas de datilografia (!), “serve esta” para apresentar a primeira parte das Entrevistas Suadas.
A Fabiana Gomes, de São Paulo, que começou a correr para sair da “rotina materna”, estreava em provas de trilha no 21K. Em um ano já quer dobrar a aposta – e completar a maratona.
O que pelo jeito vai mesmo acontecer: sábado ela ficou em terceiro lugar no 21K.
Não bastasse a performance, as pirambeiras, a lama e de todos os demais perrengues da prova, ela parecia que tinha acabado de sair do coiffure.
Ela deve tirar mesmo isso de letra, pois em seu blog Eu sou uma mãe que corre ensina mães, futuras mães, mães que já fecharam a lojinha e quem mais aparecer a ter uma vida saudável com ou sem endorfina.
(Mas a julgar por sua simpatia ao fim da prova, a endorfina atua fortemente nela)
O Rodrigo Dutra, de São Paulo, que competiu no 21K, está trocando as provas de rua pelas trilhas. Se você reparar bem na locação em que ele concedeu esta “Suada” ao editor do JQC, possivelmente entenderá o porquê.
O engenheiro tornado corredor Nivaldo de Freitas, de Guarulhos, segundo lugar em sua categoria, fechou os 21K em 2:15:23. Quando eu consigo enquadrar sua cabeça – o cabra é alto! – ele explica melhor seu treinamento e conta de um “capote” tomado lá pelos 8K do Desafio 28 Praias.
A Veronica Ostermeyer Gonçalves, de 45 anos, que correu “para” 2:51:48, ainda tinha um bom pedaço de prova quando foi alcançada pelo repórter deste pasquim na praia do Cruzeiro – eu quase ia colocando um “do Sul”, mas é apenas Cruzeiro, de cruz. Eu imaginava que o barulho do mar impossibilitaria a gravação, mas esta câmera 4K que os amigos da Sony me presentearam é mesmo porreta.
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Foi pesada a prova, mas o desafio está aí em fazer diferente e conquistar uma rotina diferente da comum.
Realmente dei uma entrevista “Suada”.. kkk…valeu !!!