Correndo na chuva

Paulo Vieira

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A CLIMATEMPO prevê 15mm de chuva para hoje em São Paulo e 10mm para o Rio, mas só este estio da manhã já deve ter sido razão suficiente para todo mundo se jogar no cascalho como se não houvesse mais tarde.

Como eu sou do time vespertino, deixei para depois, lá para a hora da Ave-Maria, o que poderia ter feito antes, e se as previsões erráticas da instituição se confirmarem lá vou eu correr sob a chuva sem trégua deste típico janeiro.

Para ajudar a todos que, como eu, não se furtam a sair para correr caindo do céu chuva ou cães e gatos, chamei aqui o Ultra Carlos Dias, que em suas jornadas de seis, oito, nove horas pelo cascalho já enfrentou muita água na moleira.

Eis o que ele tem a dizer a você:

“Correr na chuva com alguns cuidados é algo muito gostoso. Mas primeiro pense na sua imunidade, se estiver gripado ou resfriado, melhor não correr na chuva.

Feito isso, procure se hidratar antes, durante e depois – não é porque se está na chuva que você deixará de perder líquidos corporais, especialmente se a temperatura ambiente estiver acima dos 25 graus.

CARLOS DIAS CONTA COMO ENFRENTAR UMA ULTRAMARATONA

GINÁSTICA PARA A CABEÇA

CUNHA & BOLAÑO

Além disso, use tênis com boa drenagem, flexível e com boa aderência; meias que utilizem poliamida, elastano e algodão que não encharquem; experimente também bermudas ou calças de compressão. Quanto às camisetas, use as de poliamida, se possível com tratamento de íons de prata – elas não encharcam nem acumulam fungos.

Sob o céu que não protege
Carlão sob o céu que não protege

Se necessário, use um corta vento e um boné. É importante correr com roupas leves que sequem rápido e não nos deixem ficar molhados.

Em fevereiro do ano passado embarquei para um desafio de 250K no Sri Lanka. Foi o lugar em que mais corri sob chuva. As roupas ficaram molhadas durante todo o tempo, mas não encharcaram e, por conta do tratamento com os íons de prata, não ficaram com mau cheiro. O tênis também foi eficaz, me protegendo das bolhas.

Muita gente tem medo de correr na chuva, mas posso falar de um momento no meio da mata que estava um calor insuportável e caía uma chuva constante.

Eu cantava, gritava em agradecimento aos céus e seguia feliz na trilha.

A chuva me motivou a aumentar os passos e chegar ao acampamento.”

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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