Treino no paraíso

Paulo Vieira

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UMA FOTO VALE MAIS DO QUE MIL PALAVRAS, portanto este post vai ter mais de 5 mil. É coisa pra livro. Não vale largar no meio, fechow? Valendo.

Treino em Gonçalves/Foto: Geraldo Isoldi
Treino em Gonçalves/Foto: Geraldo Isoldi

Conheci eletronicamente (melhor do que biblicamente), porque ele em São Paulo, eu então no Brooklyn, o Geraldo Isoldi.

Isoldi é um desses caras completamente abduzidos pela corrida outdoor. Trabalhava no mercado financeiro e corria na montanha aos fins de semana. Um certo dia, largou o hedge, a alavancagem e os derivativos e decidiu se associar a Caco Fonseca na assessoria Selva, pioneira na corrida de aventura, hoje ligada à mega Run & Fun.

PERDENDO-SE NO BROOKLYN (SEM O GPS DO NOSSO HEROI)

UMA CÂMERA NO GUIDÃO NA PATAGÔNIA

MARIO SERGIO SILVA FALA AO JQC

Vai sacando/Foto: Marcelo Fazzoli
Vai sacando/Foto: Fernando Pezella

O Geraldo toca agora a Omnia Adventure, sua própria assessoria de corrida de aventura. Recentemente, ele levou uma pequena turma de felizardos para as pirambeiras de Gonçalves, onde eu fiz algumas das corridas mais bonitas da minha vida – pau a pau, ou quase, com a da semana passada, em Jeri, no alucinante ocidente cearense.

ALUCINANDO NAS DUNAS DE JERI

MEU PÉ ESQUERDO

GONÇA

EU, DAVID LUIZ

MEU HEROI, NOSSO HEROI

TRANSPATAGÔNiA, O LIVRO

TRANSPATAGÔNIA, O FILME

O pessoal do Geraldo ficou no Kalapalo, o refúgio de montanha de meu irmão, meu heroi, nosso heroi Guilherme Cavallari, já bastante conhecido dos leitores deste pasquim.

Pirambas/Foto: Fernando Pezella
Pirambas/Foto: Fernando Pezella

Guimas preparou para eles um daqueles mapas que só ele é capaz de desenhar, com absolutamente todas as encruzilhadas e pontos de referência, fundamental para quem vai fundo no cascalho em terra estranha. Eu fui brindado com um desses em 2014.

Se doravante isto aqui parecer um mal disfarçado conteúdo pró-Guilherme, apresso-me em dizer que é essa de fato a intenção, só que eu ainda não disse isso a ele.

Quando você for se hospedar no Kalapalo, diga que leu sobre ele aqui, e aí quem sabe eu ganho uma comissãozinha.

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Sem mais delongas. A partir de agora, o Geraldo conta a razão de levar sua rapaziada para treinar naquele lugar paradisíaco.

“Queria um treino duro, com bastante altimetria, para preparar os alunos para o Desafio das Serras de São Francisco Xavier. Perto de São Paulo, Gonçalves é uma das melhores regiões que conheço com esse perfil.

Vista clássica/Foto: Geraldo Isoldi
Vista clássica/Foto: Geraldo Isoldi

Além disso, havia bastante tempo que queria fazer algo com o Guilherme, a quem acompanho e admiro desde 2007. Seu Refúgio Kalapalo é um local simples que ajuda bastante no foco de treinamento, já que mantém as pessoas unidas e afastadas de eventuais distrações.

Acho que, em qualquer treinamento, as dificuldades coincidem com os prazeres. O treino foi bem pesado, de 24K, com cerca de 1 200 metros de ganho altimétrico em local extraordinariamente lindo e tranquilo.”

É noyz na endorfina/Foto: Fernando Pezella
É noyz na endorfina/Foto: Fernando Pezella

[entra o narrador mala de novo]Passo agora as 3500 palavras restantes para o Fernando Pezella, um dos atletas da equipe.

“Chegamos em uma sexta feira bem tarde, no breu, mas deu para ver que teríamos muitas subidas a enfrentar no sábado.

Acordamos cedo, e o café já estava pronto, e foi maravilhoso tomá-lo apreciando a vista naquela sala toda envidraçada.

Vimos uma parte do que a noite anterior escondeu, visual que deu empolgação para sair, correr e explorar. Café tomado, o Geraldo foi de carro, no apoio, e nós seguimos por estradas de terra, singletracks e passamos pelo restaurante Ao Pé da Pedra – onde fiquei com vontade de almoçar –, para subir ao topo da Pedra Chanfrada.

Ali paramos um pouco para descansar e aproveitar a vista.

O trecho final do treino foi em estrada de terra até o Refugio Kalapalo, na Fazenda Campestre. Com o almoço servido pela Adriana, vi que não tinha qualquer motivo para lastimar não ter comido na Pedra Chanfrada. Foi incrível.  

A tarde foi de troca de experiências com o Guilherme, história ali não falta.

Nosso fim de semana foi muito agradável.”

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 [Narrador mala pela última vez] Como não completamos o número de palavras combinado, vamos usar um antigo recurso das redações – era mais comum no tempo da máquina de escrever.

Às vezes, os jornalistas esqueciam de substituir essa estranha palavra, e o olho, o chapéu, a retranca, o título, a legenda, quem sabe o lead, iam desse jeito mesmo.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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