EMPRESAS GIGANTESCAS FICAM ainda mais gigantes lançando mão de uma velha estratégia: comprando a concorrência. É também dessa maneira que vem crescendo o grupo Brunswick, sinônimo de mesas de bilhar nos Estados Unidos, mas hoje líder mundial no segmento de equipamentos de ginástica.
Dona da marca Life Fitness, adquiriu recentemente por cerca de US$ 200 milhões a também americana Cybex; agora espera o sim do Cade alemão para incorporar a prestigiada marca Tomahawk.
Tanto a Cybex como a Tomahawk têm suas próprias Zero Runner, aquelas esteiras que lembram elípticos e são movidas a tração humana, como já falamos no link abaixo.
A CORRIDA SEM IMPACTO
Não é incorreto dizer que a Zero Runner é uma máquina revolucionária. Uma esteira unplugged, “acústica”, sem motor. Às vezes, inovar é voltar muitos passos, em direção ao básico.
Mas o que quero mesmo dizer é que fui a um evento que o tal grupo Brunswick faz esta semana em São Paulo e, na coletiva de imprensa, duas das perguntadoras demonstraram mais interesses comerciais do que jornalísticos, se é que há ainda essa distinção.
A primeira quis saber se o grupo fazia anúncios (“Não”, foi a resposta); a segunda, se patrocinava atletas (“Tampouco”). A responsável pela segunda pergunta desculpou-se pelo sotaque e se apresentou como esgrimista, uma esgrimista que defendeu o Brasil, aliás, na Rio 2016.
Aquilo foi adorável, e fui falar com ela. Nathalie Moellhausen, 30 anos, ficou em sexto lugar em sua categoria — espada — , chegando às quartas-de-final. Sua asa negra nessa etapa foi uma francesa, Lauren Rembi. Mesmo com a derrota, seu desempenho foi, segundo ela, o melhor da história olímpica brasileira nesse esporte.
LAVILLENIE E O CANDOMBLÉ DO JORNALISTA FRANCÊS
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CORRiDA COM ABRAMOVIC
Disse que poderia obter índice pela Itália, mas escolheu o Brasil para tentar “desenvolver a esgrima aqui”. Imagine a diferença de qualidade nas competições domésticas da Europa e do Brasil e pense o que esse desejo significa em termos de renúncia pessoal. Aqui, ela compete pelo Pinheiros.
Nas competições, adorou ouvir a torcida brasileira. “Foi demais, uma energia positiva muito forte”. Nathalie falou que certos adversários reclamaram do comportamento da turba. “Alguns atletas ficaram incomodados, mas é muito fácil para eles falar. Se fosse no país deles, adorariam ter a torcida a seu favor.”
Às vezes o mais difícil é enxergar o óbvio.