Queniano vence a maratona de Berlim com palmilha saindo do tênis

Julia Zanolli

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O queniano Eliud Kipchoge viu o recorde mundial dos 42 K escorrer entre os dedos. Mais precisamente, entre as palmilhas do tênis. E a gente pensou que ser parado por um policial na linha de chegada já era drama o suficiente…

Por volta do quilômetro 16 da maratona de Berlim, que aconteceu no último domingo, as palmilhas do atleta ficaram penduradas pelos calcanhares. Confira o vídeo:

Se foi difícil assistir a cena pela televisão, imagine a agonia de Kipchoge ao ter que tomar decisão de seguir em frente. “Não tinha tempo para arrancar as palmilhas, e se eu as tirasse o impacto seria maior”, declarou à revista Runner’s World. “Estava com dores, mas o que eu podia fazer? Precisava terminar a prova.”

Como explica o companheiro Rodolfo Lucena, Kipchoge estava em ritmo de recorde, próximo ao do recordista mundial, Dennis Kimetto, que marcou 2h2min57s em Berlim em 2014. Ainda assim, Kipchoge venceu a prova deste ano com 2h04min cravados.

Eliud Kipchoge

É impossível dizer se o atleta teria batido o recorde caso não tivesse enfrentado a fuga das palmilhas, mas a falha do tênis da Nike sem dúvida vai entrar para a história.

Patrocinador e patrocinado logo declararam que o incidente não abalou a relação. “A cola da palmilha não grudou. É um ótimo tênis e testei esse modelo durante os treinos, mas esporte é isso mesmo. Tenho que aceitar. Acho que teria corrido mais rápido, mas não sei dizer em quanto tempo”, declarou  Kipchoge à RW.

ekipchogeberlin15

Já a Nike afirmou em comunicado oficial que “assim como já fez várias vezes em outras maratonas, Eliud estava testando um protótipo de tênis de corrida no qual estamos trabalhando juntos por alguns meses. Como qualquer protótipo, alguns elementos às vezes podem dar errado. Neste caso, a palmilha não funcionou. E como todos os processos de inovação, nós aprendemos rapidamente a partir dos erros”.

É bom mesmo, já que Kipchoge declarou que volta a Berlim no ano que vem em busca do recorde.

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Julia Zanolli

Julia Zanolli começou a correr em nome do bom jornalismo quando foi trabalhar na revista Runner’s World sem entender nada do assunto. A obrigação virou curtição, mesmo depois de sair da revista. Se livrou do carro para poder andar a pé pela cidade, mas é fã assumida de esteira. Prefere falar de comida do que de nutrição e acha que ter tempo é muito melhor do que matá-lo.

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