Bora pra Paulista

Paulo Vieira

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Há tempos não cerro fileiras com movimento a ou b. Os arroubos vermelhos naturais da juventude foram esmaecendo junto com a própria cor do partido dominante da última década e meia.

Vermelho encarnado hoje em dia só a cor da camisa do futuro campeão da série… C.

Donde não sei mais o que é participar de uma marcha ao lado de outros milhares. Mas domingo, se estivesse em São Paulo, faria meu retorno ao metiê. Só que vou estar num lugar a alguns meridianos de distância, em outro continente, por isso desejo a todos que estrearem a ciclovia da Paulista que quebrem a perna naqueles 2,2K. No ótimo sentido.

Vermelho sobre vermelho/Foto: Paulo Vieira
Vermelho sobre vermelho/Foto: Paulo Vieira

Não vou, mas já fui. Estive lá a quatro dias da inauguração, manejando uma bicicleta ruim do sistema Vermelho. A ciclovia, como muita gente sabe, ocupa o canteiro central da Paulista, um espaço não muito largo para seus dois sentidos, posto que muitos pedestres não conseguem atravessar as duas pistas de rolamento a tempo, e esperam um rato ali.

Oxalá não sejam atropelados belas bikes.

Melhor opção, pista central/Foto: Paulo Vieira
Melhor opção, pista central/Foto: Paulo Vieira

O ganho para o ciclista e para a cidade será considerável. Não há lugar mais simbólico para uma ciclovia do que a Paulista. De se lamentar que a discussão sobre a implantação das ciclovias em Sampa tenha ganhado contornos partidários.

É interessante especular como seria a adesão no domingo se Serra ou Maluf estivessem no Banespinha. Mas é lícito descrer que estes senhores iriam virar a chave há muito reclamada de uma sociedade em que o carro não faz mais sentido.

Agora vai/Foto: Paulo Vieira
Agora vai/Foto: Paulo Vieira

Abaixo, razões para ir à Paulista, de bike:

– De metrô é muita muvuca.

– Dá para parar e ouvir quantas vezes você quiser As Time Goes By. Tudo bem, o Conjunto Nacional não é a Columbus Circle.

– O pessoal da mão amiga não confirmou presença.

–  Não quer dar pala pro Haddad? Põe uns adesivos do Petrolão no quadro.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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