Há tempos não cerro fileiras com movimento a ou b. Os arroubos vermelhos naturais da juventude foram esmaecendo junto com a própria cor do partido dominante da última década e meia.
Vermelho encarnado hoje em dia só a cor da camisa do futuro campeão da série… C.
Donde não sei mais o que é participar de uma marcha ao lado de outros milhares. Mas domingo, se estivesse em São Paulo, faria meu retorno ao metiê. Só que vou estar num lugar a alguns meridianos de distância, em outro continente, por isso desejo a todos que estrearem a ciclovia da Paulista que quebrem a perna naqueles 2,2K. No ótimo sentido.
Não vou, mas já fui. Estive lá a quatro dias da inauguração, manejando uma bicicleta ruim do sistema Vermelho. A ciclovia, como muita gente sabe, ocupa o canteiro central da Paulista, um espaço não muito largo para seus dois sentidos, posto que muitos pedestres não conseguem atravessar as duas pistas de rolamento a tempo, e esperam um rato ali.
Oxalá não sejam atropelados belas bikes.
O ganho para o ciclista e para a cidade será considerável. Não há lugar mais simbólico para uma ciclovia do que a Paulista. De se lamentar que a discussão sobre a implantação das ciclovias em Sampa tenha ganhado contornos partidários.
É interessante especular como seria a adesão no domingo se Serra ou Maluf estivessem no Banespinha. Mas é lícito descrer que estes senhores iriam virar a chave há muito reclamada de uma sociedade em que o carro não faz mais sentido.
Abaixo, razões para ir à Paulista, de bike:
– De metrô é muita muvuca.
– Dá para parar e ouvir quantas vezes você quiser As Time Goes By. Tudo bem, o Conjunto Nacional não é a Columbus Circle.
– O pessoal da mão amiga não confirmou presença.
– Não quer dar pala pro Haddad? Põe uns adesivos do Petrolão no quadro.