Mídia espontânea

Paulo Vieira

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Eles abriram o caminho. Nos Estados Unidos, vieram muito antes de Dr. Dre e do gangsta rap. Antes da histórica briga Tupac x Notorious. Com seus tênis sem cadarço, influenciaram uma penca de gente pelo mundo, tocaram bastante no Capão Redondo, inclusive.

De certa forma, esses três feins do Queens nova-iorquino são os avôs dos mulekes que calçam Mizuno Prophecy para ostentar nos shoppings paulistanos.

Resta saber quanto essa ação espontânea custaria para a Adidas hoje em dia, nesse tempo de brand activation. A faixa My Adidas ficou famosa no disco de vinil lançado em 1986: ela era a terceira do Lado A, logo antes de Walk this way, primeiro crossover de rap e rock a atingir o Top 10 das paradas americanas.

Hoje, a Adidas vende uma coleção inspirada nos objetos de desejo dos caras nos anos 80.

Direto do túnel do tempo, Run DMC

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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