Correndo pelo time

Paulo Vieira

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O projeto é tão simples e bom que faz pensar como ninguém nunca o havia levado a termo antes. Na verdade, alguém já o havia levado sim, mas de uma maneira bem menos estruturada do que agora. O projeto é juntar corrida e futebol, sob a benção – e a bufunfa – do maior investidor brasileiro desses dois esportes: a Caixa Econômica Federal.

O circuito Time Run – time, team, não táime, tempo -, saiu do papel e das cabeças de uma conjunção

Trafiquei o meu time no rolo
Trafiquei o meu time no rolo

de empresários, um deles o jornalista Erich Beting, criador do site Máquina do Esporte. “A ideia é pegar o sujeito que nunca correu e agora terá a possibilidade de estrear com a camiseta e o escudo do time”, disse Erich ao JQC.

As corridas do circuito Time Run são de 8K, mas, além da prova individual, podem ser feitas por duplas ou por equipes de até oito pessoas. Cada integrante, neste caso, percorreria uma distância de 1K, ridícula para os iniciados, mas um desafio considerável para halterocopistas, arremessadores de bituca e afundadores de sofá. “Os clubes falam sempre da importância de ativar a relação com o torcedor, de falar com ele de uma maneira original”, diz Erich. “Aqui estamos fazendo isso e ainda promovendo um hábito de vida mais saudável.”

A primeira Time Run é a do Vitória, no Jardim de Alah, em Salvador, no próximo dia 31 de agosto, e neste ano devem sair outras quatro corridas – é o que o contrato de patrocínio reza. Dois dos próximos quatro times já estão certos. Um será o Corinthians, outro o Figueirense, de Florianópolis. Mas as Time Run do Timão e do Figueira ainda não têm datas nem locais definidos.

A meta de participantes não é auspiciosa. Para a Time Run do Vitória, 2 mil pessoas são esperadas, o dobro disso para a do Corinthians e 1 500 para a prova do Figueira.

Os itinerários das provas não contemplam, nem supõe-se que um dia contemplarão, os estádios dos times envolvidos. “Adoraríamos fazer a Time Run do Corinthians em Itaquera, mas conseguir uma data na Arena depende de muitos fatores. E não se pode pisar no gramado”, diz Beting.

“Aliás, é difícil conseguir datas até para correr nas ruas. As capitais brasileiras parecem já estar saturadas desses eventos.”

O pessoal do Vitória talvez recuse, mas se você quiser pisar a pista olímpica da Itaipava Arena Fonte Nova, há um ótimo passeio guiado. Eu e alguns colegas da Boa Terra sabemos bem como ele é.

E nós, guindados sem mais aquela para a série B – valeu STJD -, esperamos sentados, ou melhor, deitados, pelo patrocínio da Caixa e pela nossa inclusão no Time Run.

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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