O melhor tênis do armário

Julia Zanolli

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Se você tiver mais de um tênis de corrida, você provavelmente tem um xodó. Aquele par que você usa e se sente incrivelmente confortável, queniano ou estiloso. É diferente do tênis-superstição, que a gente usa porque no fundo acredita que só com ele consegue correr a melhor prova da vida.

O queridinho é aquele que você, se pudesse, usava todos os dias. Mas, se for muquirana como eu, não usa para não “gastar”. No meu caso, não se trata apenas de uma questão econômica, mas logística e emocional. O Brooks Pure Drift, meu xodó, não é vendido nas lojas do Brasil. Recentemente, o site da marca anunciou que realiza entregas por aqui, mas não encontro o mesmo modelo e confesso que ainda não desapeguei do meu original. Paixão tem dessas coisas.

A boa notícia é que a Brooks entrega no Brasil. Mas xodó é xodó.
Até daria para comprar um modelo parecido pela internet, mas xodó é xodó…

A Brooks teve uma passagem rápida pelo Brasil, mas há alguns anos não tem representantes por aqui. Foi um problema de importação, pelo que me lembro na época. Enquanto estava na Runner’s World, cheguei a participar de uma reunião com uma turma que pensou em trazer a marca para cá, mas não virou.  Apesar de pouco conhecida por aqui, em 2013 a Brooks foi a terceira marca mais vendida nos Estados Unidos, atrás apenas de Nike e Asics.

Não sei se são meus olhos apaixonados, mas acho o Pure Drift uma belezinha. Uso as vezes para ir trabalhar (tomando muito cuidado com chuva, terra e outras ameaças desse mundo cruel) e ele arranca suspiros até de quem não corre. Tem corredor que se orgulha de “só comprar tênis fora”, mas acho isso meio arrogante e triste. Queria mesmo é poder usar meu favorito sem dó e ir na esquina comprar um igualzinho- por um preço honesto- quando precisasse. Enquanto isso não acontece, ele continua descansando em um lugar especial do meu armário e ocupando um lugar de muito destaque no meu coração.

Apesar de todo cuidado, a pontinha do pé esquerdo já sofreu escoriações
Apesar de todo cuidado, a pontinha do pé direito já sofreu escoriações

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Julia Zanolli

Julia Zanolli começou a correr em nome do bom jornalismo quando foi trabalhar na revista Runner’s World sem entender nada do assunto. A obrigação virou curtição, mesmo depois de sair da revista. Se livrou do carro para poder andar a pé pela cidade, mas é fã assumida de esteira. Prefere falar de comida do que de nutrição e acha que ter tempo é muito melhor do que matá-lo.

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