A notícia nem de ontem é: é de anteontem. Mas como na piada do sujeito que de tão bicha volta a ser homem, perdão, de tão gay volta a ser hetero, ter percorrido o ciclo completo pode fazer bem ao assunto.
Ou não.
Domingo cedo corri junto com uma pequena elite de paulistanos a New Balance Excellent Series, os 15K contra o relógio de que falei aqui semana passada.
Meu desempenho, 1:11’53”, pace de 4’48”, me surpreendeu: não esperava sustentar esse ritmo, para mim bem puxado, depois dos 11K. Não foi muito confortável, mas também não foi tão ruim assim, como quase diria o Lulu Santos.
O ritmo foi intenso o suficiente para me desgarrar do querido companheiro e agora maratonista de verdade Gesu Bambino, com quem vim conversando nos primeiros 3K e que apertou no final e chegou a apenas 11 segundos do titular deste JQC.
O belíssimo local de largada e chegada, dentro do Jóquei, os poucos competidores e o rango servido foram elogiados pelos corredores, que devem ser todos blogueiros de corrida, a julgar pela quantidade de bites dedicadas a esta prova na internet.
Ontem passei o dia a esperar o Serginho Xavier, da Runner’s, publicar no blog Correria suas impressões da prova. Estão aqui. Ele vinha do Uphill da Mizuno, 42K em montanha, sábado retrasado, e também mandou muito bem nos 15K, completando-os em 1:12’37”, a um pace de 4’50”. De qualquer forma: CHUPA, SX!
Mas entremos de uma vez no assunto deste post, que é demonstrar alguns delírios estatísticos a partir dos resultados das várias categorias masculinas da prova.
Fui o 50º melhor colocado na minha categoria – entre 46 e 49 anos. Se eu tivesse 50 anos ou mais, com esse pace eu seria o 21º colocado; e se tivesse mais de 55 anos, o 6º da categoria. Resta saber se eu vou conseguir manter o diapasão daqui a 4 ou 10 anos.
E se fosse possível ser mais jovem, a vida seria mais fácil (avá!), inclusive nos resultados. De 25 a 29 anos, com meus 4’48” de pace eu seria logo o 26º da categoria; e se fosse mais jovem ainda, de 20 a 24 anos, chegaria em 11º.
Isso só demonstra uma coisa: corrida é o esporte da terceira idade.
Brincadeirinha.
Quem se deu mal foi o Gesu. Com o mesmo pace de 4’48”, ele só foi o 72º da categoria dele, de 30 a 34 anos.
Outras conclusões? Nada muito elevado. Quem visse a mim e ao Gesu sem relógio, cronômetro, celular, GPS e mesmo sem saber nossos resultados na chegada não deveria nos tomar como dois franciscanos da corrida. No domingo à noite ficamos caçando nossas marcas no site e nos felicitamos quando as achamos. Bem, eu fiquei caçando, pelo menos.
Esse sujeito hipotético que nos visse talvez também não imaginasse que eu havia renunciado a uma festa que prometia muito na véspera apenas para acordar cedo. Cedo demais, aliás, por cortesia da minha vizinha Catarina. Despertei às 4 da manhã, uma boa hora e meia antes do que a prudência recomendaria.
E fiz a corrida em jejum, pois não aguentei esperar 20 minutos até a padaria do Butantã abrir.
Quer saber? Esse troço de correr acima dos 12km/h é uma droga bem pesada.
Tenho 59 anos e pretendo me iniciar nas corridas, como devo proceder?
Quero dizer, buscar orientações técnicas adequadas para o meu treinamento?
Sites? Blogs? Livros? Profissionais de educação física? Qualquer ajuda é bem vinda.
Obrigado,
abraço,
Luis