11 razões para você não levar seu smartphone ao treino

Paulo Vieira

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Como Ugo Giorgetti, não tenho telefone celular. Além de estar em boa companhia, consigo passar os 30, 60 ou 90 minutos da minha hora de almoço – com ou sem vinho – sem olhar e-mails ou postagens de Facebook.

Desde que não leve para a mesa o iPad ou este notebook, bien sure.

Há também desvantagens, mas poucas. Como me obrigar a dar uma relação interminável de números de telefone ao interlocutor caso eu precise ser encontrado – tipo Woody Allen em, se não me engano, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa.

Mas a corrida é 100% detox. Pode ser no fim de tarde no Parque Vibra-Bollos, de noite no Minhocão,  nas ruas Cabul e Teerã, no Piko. O Instagram  do JQC perde, mas não me arrependo.

Eu sei que há 1 milhão de aplicativos de corrida e número proporcional de usuários trocando informações sobre quantidade de quilômetros, milhas, calorias, joules gastos num mísero trote até a padaria, e esses apps, por estimularem a competição, acabam por contribuir para que as pessoas façam atividade física.

Eu gosto particularmente deste, que desenha imagens sugestivas dos nossos deslocamentos, mas há coisas realmente bastante úteis de que a parceira Julia vem falando faz tempo.

Mesmo assim, fiz um decálogo de seis ou sete razões para você não levar seu smartphone à bordo para o seu próximo treino.

Disque 1 para dar tiro; 2 para trotar; 3 para mostrar pros amigos o 10K
Disque 1 para dar tiro; 2 para trotar; 3 para mostrar pros amigos o 10K

1.  O aparelho não ajuda propriamente você a correr. E significa algumas dezenas ou centenas de gramas a mais nos milhares ou dezenas de milhares de movimentos do seu corpo.

2. Em geral, corredores suam. Em geral, suor molha o corpo e o que está nele. E, assim como as formigas, água não é amiga dos circuitos eletrônicos.

3. Se você o levou consigo, foi possivelmente para usá-lo. Para usá-lo, terá de parar o treino. Não que seja o fim do mundo, mas tem gente que gosta de melhorar seu tempo.

4. É uma distração a menos caso você queria se concentrar de verdade na corrida.

5. As chances de deixar o aparelho cair, perdê-lo ou tê-lo subtraído pelos amigos do alheio diminuem consideravelmente caso você o deixe em casa.

6. Saber duas horas depois que a página 15 do power point que enviou com a apresentação do mês está ilegível, pensa bem, é um alívio.

7.  Não vai ter que tomar conhecimento que o Edsinho fez os mesmos inacreditáveis 15K que você suou feito uma porca para vencer, mas, no caso do desgraçado, ele treinava subida.

8. As 100 calorias de diferença que essa mesma distância de hoje lhe consumiu na semana anterior não serão motivo de desespero.

9. A memória de seu aparelho não perderá outro megabyte de espaço com mais uma foto do por-do-sol.

10. Um selfie a menos de você todo desconjuntado.

Bônus Track. Você estará livre, por um tempinho, das listas engraçadinhas da internet.

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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