Neide, uma brasileira que não desiste nunca

Paulo Vieira

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A corrida tem sido vetor de algumas histórias bonitas. Há os que recuperam a saúde, outros, a autoestima. E há aqueles que, ensinando-a, colocam no pacote também cidadania e inclusão social.

Como a Marineide dos Santos Silva, a Neide, baiana de Porto Seguro, uma brasileira que definitivamente faz jus ao bordão marqueteiro “não desisto nunca”. Abandonada pelos pais, trabalhou toda a infância em oficinas de costura em São Paulo.

Quando finalmente encontrou a mãe, aos 16 anos, seu sonho de toda a vida, amargou mais trabalho e um dia-a-dia sem qualquer privacidade, num cortiço no Capão Redondo.

Teve depois o marido assassinado pela polícia e um dos filhos por um ladrão – um menino da vizinhança que caiu no crime.

Com tudo isso, ela se tornou uma líder comunitária, importante na criação do parque Santo Dias, praticamente a única área verde do Capão Redondo, a região de São Paulo cantada em prosa e sangue pelos Racionais MCs.

No parque, começou a ensinar corrida a uma vizinha. Logo eram 30. Maratonista com tempo de 3:10, hoje ela provê aulas de corrida para 200 adultos e 250 crianças nos dias úteis. Aos sábados, as crianças ainda contam com aulas de inglês.

Escrevi um perfil alentado para a edição brasileira da Vice, a revista americana papo-retíssimo. Você pode lê-lo aqui.

 

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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