Livro mostra que dá para ter prazer à mesa. Sem neuras

Julia Zanolli

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Este livro não tem formula mágica para emagrecer, não proíbe você de comer açúcar, carboidrato nem gordura e não promete quilos a menos num piscar de olhos. E justamente por isso é tão bom. O recém-lançado “Boca Livre”, da jornalista Patricia Julianelli, mostra que é possível sim aliar comida gostosa com saúde e boa forma.

Todos os textos foram originalmente publicados na revista Runner’s World, na qual Patrícia é redatora-chefe. A capa é do fera Rodrigo Maroja e os exemplares já começam a chegar às livrarias. Também é possível comprar pela internet com desconto no site da editora Arquipélago.

A noite de autógrafos acontece no dia 11 de novembro, a partir das 18h30 na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915, Pinheiros, São Paulo). Vai dar para bater um papo com a autora e encontrar o crème de la crème do jornalismo esportivo.

Em colunas bem humoradas e sinceras, ela fala sobre os dramas e alegrias de quem gosta de comer bem. Patrícia liberou com exclusividade para o JQC um trecho do livro, confira:

“Encomendamos um aparador para o seu Valtemir, e, quando a peça chega, o olho vai direto para uma lasquinha na lateral. Coisa pequena, deixamos passar: não vale o estresse. O assistente entrega o relatório e está quase lá. Relevamos, o assistente também está quase lá. O jogo de futebol do marido atropela de novo o cinema. Como a semana foi puxada, passamos por cima. Agora tire a roupa e passe 20 segundos em frente ao espelho. Por que tamanha dificuldade em perdoar uma dobrinha milimétrica logo abaixo da região glútea? Perdoar o próximo é divino, mas perdoar a si mesmo é um ato de sobrevivência.”

Abaixo, Patricia fala sobre o livro e o percurso editora-colunista-autora.

Jornalistas que Correm  Você já era editora da revista Runner’s World há algum tempo quando a coluna Boca livre caiu no seu colo. Como foi isso?

Patricia Julianelli  O Sérgio Xavier, que foi diretor da revista, fala sobre isso na apresentação do livro. Ele o Maurício Barros [atual diretor de redação da Runner’s] estavam em busca de uma colunista mulher para falar de nutrição, que é um dos pilares da publicação. Ao longos dos últimos oito anos eu me especializei nisso, primeiro na VIP e depois da RW, então já tinha bastante familiaridade com o tema, mas não com o formato de coluna. Mas como surgiu a oportunidade eu topei, mesmo com frio na barriga. E o retorno foi muito positivo, tanto por parte dos meus chefes quanto dos leitores por e-mail, Facebook…Foi aí que comecei a sonhar com um livro.

JQC  Você acabou de ter um bebê [ Felipe, seu primeiro filho, tem menos de dois meses] e está lançando um livro. São duas realizações e tanto! Como foi esse processo?

PJ Foi um desafio! Já estava falando com o Tito, um dos sócios da Editora Arquipélago, havia quase um ano. Eles já publicaram dois livros do Sérgio Xavier, “Operação Portuga” e “Correria”, então a receptividade foi boa. Quando batemos o martelo e acertamos o formato, fiquei muito feliz. O livro está dividido em três pilares, que eu acredito que sejam fundamentais para quem quer ter uma boa relação com a comida: dieta balanceada, exercício físico regular e treino mental. No posfácio falo de tudo que mudou na minha vida depois da chegada do Felipe. Acho que eu e o leitor podemos vislumbrar juntos uma relação mais harmoniosa com a comida.

JQC Na sua carreira como jornalista você achou que fosse publicar um livro?

PJ Antes de começar a escrever a coluna sinceramente não. Pensava pro futuro, como uma coisa muito distante. Foi o retorno positivo a cada texto que me fez começar a sonhar com isso. Se estou conseguindo me comunicar com essas pessoas, por que não tentar fazer uma coisa maior, que extrapole a revista? É natural você se questionar se aquilo de fato rende um livro, mas a partir do momento que um editor experiente falou que dava samba, o Boca Livre virou realidade. Aproveito para convidar quem estiver em São Paulo para a noite de autógrafos em 11 de novembro, na Livraria da Vila.

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Julia Zanolli

Julia Zanolli começou a correr em nome do bom jornalismo quando foi trabalhar na revista Runner’s World sem entender nada do assunto. A obrigação virou curtição, mesmo depois de sair da revista. Se livrou do carro para poder andar a pé pela cidade, mas é fã assumida de esteira. Prefere falar de comida do que de nutrição e acha que ter tempo é muito melhor do que matá-lo.

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