“Eu não aguento correr!”, essa é a frase que mais ouço cada vez que tento descrever uma das minhas façanhas. Tipo aquela de acordar às 5:20 da manhã de um domingo, depois da balada familiar do sábado, para ir a uma corrida de 10, 16, 21K. A gente sai de casa sozinha, ainda no escuro, encontra um ou alguns amigos, sorriso no rosto, pega o carro em conjunto, xinga a lentidão para parar o carro, aquele frio na barriga e a certeza de que quando tudo terminar será muuuuito legal. É, porque durante a corrida é sofrimento. Mas compensa. E todos os que correm concordam.
O problema do “eu não consigo correr” está na falta de paciência. Se ela, ou melhor, a falta dela, já é bem comum em boa parte dos seres humanos, imagine entre os jornalistas! Imediatistas, racionais, práticos, movidos a dead lines… Bom, então resumindo bem: aquela história de começar andando, dar uns trotinhos e diminuir os intervalos e duração de trotes e caminhadas funciona. Mesmo.
Corre 1 minuto, anda 4. Corre 2, anda 4.
Corre 3, anda 3. E aí vai… até que um dia a gente consegue correr 10. Depois 20. Aí faz duas de 15, caminhando 5 minutinhos entre um e outro. E um belo dia… 30 minutos. Quando percebe, já viciou, já está cumprimentando caras conhecidas que circulam no mesmo parque, já está de olho nos eventos que aparecem em cartazes, blogs e chamadas no rádio e na TV sobre os inúmeros eventos de caminhadas e corridas que acontecem o tempo todo, com tudo quanto é pretexto: corrida do Bem, corrida contra o câncer, corrida dos bombeiros, corrida de noite, corrida pela vida… Corrida pela corrida.
Comigo foi bem assim. Apesar de sempre ter gostado de esporte, ter nadado por 10 anos, frequentado (e enjoado) de algumas academias, resolvi transformar minhas “andadas’ no parque em tentativas de corrida. Demora, mas a gente pega o jeito.
Aí vem a primeira corrida oficial. Inscrição, tempo médio, retirada de kit, chip no tênis… tudo num clima barulhento e extremamente agradável. Aí começa a pegar gosto pelas sacolinhas dos kits, as camisetas cheias de patrocinadores, cada uma de uma cor diferente, com uma história, um tempo, um mico (por que não?). Pega gosto por aquele clima de superação, de “eu posso, eu consigo”, a escolha do tênis mais confortável, os alongamentos, as massagens nos stands de corrida, o teste da pisada.
Durante a corrida e no meio do caminho, a gente até se pergunta “o que é que eu tô fazendo aqui?”, mas o barulho das passadas (as nossas e a dos colegas) parecem deixar que o cérebro não “escute” o que estamos pensando… Apenas cuide do corpo para que ele continue adiante, tipo Forrest Gump, mesmo.
Eis que, de repente, a gente consegue correr 21K. Sem parar. Cravando duas horas e 16 minutos sem parar de correr. Cruzando a linha de chegada e olhando para o céu, para o cronômetro, como uma mistura de agradecimento à vida e alívio por ter terminado.
Daí que a frase “Eu não consigo correr” se transforma – não subitamente, mas depois de muito esforço, vontade e persistência – numa coisa do tipo “eu não consigo parar de correr’. E quando chega o primeiro “desfio internacional” ? Esse vai ser o assunto do próximo post. Só de pensar nele, o coração bate mais forte.
Tatiana Ferraz é jornalista, casada com jornalista, mestre em comunicação e professora de telejornalismo e radiojornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Trabalha atualmente como editora na TV Cultura. Com 41 anos e mãe de dois filhos, treina cerca de 10K de 4 a 5 vezes por semana. Não perguntem como arruma tempo para isso.
Tatiana, tb sou jornalista e comecei a correr há 1 ano. Realmente a gente se apaixona pelo clima, kits, camisetas e medalhas. Estou me sentindo muito bem e aconselho a todos que façam o mesmo. Parabéns pela determinação e continue correndo.
Sempre corri , ate quando precisei fazer uma cirurgia no menisco..fiquei um ano sem exercício …Voltei a correr exatamente assim…e uma frase que me ajudou foi -não compare ao que vc foi..mas o que vc pode ser…e tô aí, correndo meia maratona bem feliz.
Tatiana, meu começo foi bem parecido com o seu!! Ainda não consegui meus 21km sem parar, mas chego lá!
Adorei sua história
Bj
Vanessa
http://www.nossodiariodetreino.wordpress.com
Parabéns minha colega de corrida pela excelente e empolgante matéria. Ao ler, meus pensamentos e sensações me levaram para uma corrida…. você conseguiu retratar exatamente as emoções de quem corre. Muito bom.
Eu ainda tô na fase do: corre 3, caminha 3, hahahaha…
Agora, a sensação da camisa encharcada, perna dolorida e leveza pós corrida é algo totalmente diferente.
Nunca senti isso antes com a musculação, que ainda é meu amor! Hahaha
Espero chegar no: correr 1 hora sem parar!
Bem-vinda a blogosfera Tati
Vou compartilhar para a galera que corre conhecer.
Beijos e até o próximo post
Colucci
@antoniocolucci
Adorei seu post! Muito, muito motivador!!!!
Estou no começo, bem no começo… Ainda lutando contra a balança, tentando melhorar o condicionamento, mas espero chegar lá… não tão breve, é verdade…rsrsr. Mas chegarei!
Boas corridas!
Amiga, eu adorei as dicas ! Realmente foi um grande incentivo, eu achava que só eu não conseguia correr mas eh bom saber que você começou as poucos e hj já corre muito eu espero alcançar Tbm isso!
Obrigada pelo texto beijos
Não funciona assim com todo mundo.
Eu desisti de correr faz tempo.
Só caminho.
E sem nenhum problema físico detectado.