Emily Oster, professora de economia na Universidade de Brown, analisou uma série de estudos sobre os impactos do exercício na saúde. Ao invés olhar para resultados pontuais, como perda de peso ou nível de colesterol, as pesquisas mediram o “risco de morte” de diversos grupos de esportistas.
Segundo a professora, é muito difícil definir qual é o melhor exercício já que cada indivíduo tem objetivos diferentes: perfomance, perda de peso, relaxamento… Por isso, decidiu usar um referencial bastante objetivo ao analisar os dados: “qual é o melhor jeito de diminuir o risco de morrer”?
Resumidamente, os pesquisadores avaliam o esforço envolvido em cada atividade usando uma escala chamada MET (metabolic equivalent of task) para medir os benefícios da corrida e da caminhada na saúde. Aqui você encontra mais informações sobre os estudos e abaixo você confere algumas de suas conclusões:
- O “exercício ideal” é a corrida leve a moderada, com velocidade entre 8 e 11 km/h
- 25 minutos de exercício três vezes por semana é frequência que mais trouxe benefícios nos dados analisados
- Todos os participantes, inclusive aqueles que só faziam uma caminhada leve de 20 minutos por dia, tiveram resultados melhores do que aqueles que não fazem nenhum exercício
- Correr mais ou mais rápido não diminui o “risco de morte” de acordo com as pesquisas
Ou seja: você não precisa correr uma ultramaratona se seu objetivo é ganhar qualidade de vida e uns aninhos com os netos lá na frente.
Se você já é um corredor da pesada, tipo o Paulo Vieira arrebentando na Golden Four, não significa que você precise diminuir o ritmo. Mas, segundo Oster, acelerar ainda mais pode não trazer benefícios adicionais.
Ao analisar as conclusões de Oster, a treinadora Nathália Zampronha, graduada em educação física e especialista em treinamento desportivo, afirmou que acredita mais em consistência do em “exercício ideal”. Achar uma atividade que dê prazer e comprometer-se com ela.
Ela ainda afirma que é interessante investir em variedade para que o corpo não se acomode. “Sem um estímulo constante, o organismo entra em homeostase, ou equilíbrio, e a atividade física parece não fazer mais efeito”, explica. Portanto, os adeptos da caminhada podem se beneficiar de um trote leve de vez em quando, assim como os atletas mais velozes podem colher frutos com um treino mais leve.