Ela já vendeu 15 mil exemplares de seu livro “Corpo novo, vida nova” (Leya/Casa da Palavra). É um número auspicioso para o mercado editorial brasileiro, mas, se o número tivesse alguma relação com o peso que ela perdeu, deveria ser cinco, sete, quinze, cem vezes maior. A carioca Fernanda Thedim, que trabalha de frente para a Enseada do Botafogo, na Veja Rio, pesava 127 quilos quando aceitou o desafio proposto pela chefia da revista e iniciou uma dieta rica em proteínas e exercícios físicos.
A matéria saiu aqui, fazendo crescer os olhos do povo da Leya, que rapidamente sugeriu a ela que publicasse o livro que logo se tornaria best seller.
Hoje com bem talhados 67 quilos para os seus 1,75m de altura, e ainda na fase de “manutenção”, falou ao JQC sobre sua dieta, que apelidamos aqui de Dieta Zona Sul – não, jamais conseguiremos um nome tão bom quanto a Dieta da Rede Social do Marcus Andrey.
Jornalistas que Correm – O que não houve nas tuas dietas passadas que houve nesta? O sucesso desta é tão retumbante que parece que ele já poderia ter acontecido antes. Onde falhaste antes?
Fernanda Thedim – Quando você precisa perder tanto peso quanto eu precisava, é necessário passar por muitas privações durante um período longo. E isso é muito difícil. Você acaba cometendo um vacilo, desanima e joga tudo pro alto. Sempre que começava uma dieta, parava depois de um, dois meses, satisfeita porque já tinha perdido algum peso, mas nunca o suficiente para chegar no peso ideal.
JQC – Você começou esta dieta motivada por um almoço com uma colega e pequenos episódios como a história da banqueta que se quebrou com o seu peso. Foi assim também nas anteriores, houve um fato gerador? O fracasso das dietas anteriores não te fez um tanto cética no começo desta?
Thedim – A obesidade me incomodava no meu dia a dia. Sempre tinha algum episódio que me fazia repensar por que eu estava gorda e por que não emagrecia. Eles (os episódios) me motivavam a começar sim. E nos primeiros dias você está sempre motivado, procura um médico, se matricula na academia. Mas manter esse pique é muito difícil a longo prazo.
JQC – Você disse que emagrecer vicia. Pode explicar melhor? Que tipo de sensação é essa? Algo a ver com endorfina?
Thedim – É assim: a cada dia que eu subia na balança e via que o ponteiro tinha descido mais um pouquinho, eu ficava mais animada para dar continuidade ao processo e mais forte para não cometer nenhum deslize.
JQC – Você já chegou a descontar ansiedade em comida? Isso reapareceu ao longo da dieta? Como fez para driblar isso?
Thedim – Desde que me entendo por gente eu desconto a ansiedade em comida. Para que isso não abalasse minha dieta, eu enchia o armário e a geladeira de coisas lights e saudáveis, tinha sempre alguma opção na geladeira, na gaveta do trabalho, tudo para não atrapalhar a dieta.
JQC – Houve algum momento em que realmente pensou em desistir? Quando? Como foi isso? Pode detalhar?
Thedim – Várias vezes. A cada festinha de criança que eu ia e me deparava com aquela mesa de brigadeiro, pensava: “eu quero!!!”. Mas como tinha assumido um compromisso quase público de escrever uma matéria depois, eu tentava me controlar ao máximo. Não que não tenha cometido algum vacilo durante o processo. Cometi vários, aliás. O negócio é que desta vez eu não deixava com que esses vacilos me abalassem a ponto de interromper todo o processo. No dia seguinte, recomeçava tudo outra vez.
JQC – Foi fácil conciliar seu tempo no trabalho e em casa com os rigores da dieta – e do esporte? Como foi organizar isso?
Thedim – Eu tive que abrir mão de muitos convites de amigos para barzinhos, para o almoço de domingo em família, para jantares de chefs estrelados. Principalmente no início do processo. Eu sabia que cometer qualquer vacilo ali no início poderia me fazer desistir. Quanto ao esporte, eu precisei reorganizar minha vida para cumprir uma agenda de atividades.
JQC – Você ainda pretende perder peso? Como é essa nova fase? Ainda há rigores em relação a dieta e exercício?
Thedim – Cheguei agora aos 67 quilos, que era meu objetivo final, totalizando os 60 quilos perdidos, e meu objetivo agora é focar na malhação para criar massa muscular e assim amenizar a flacidez da minha pele.
JQC – Você já deu muitas entrevistas sobre seu “case”. Qual seu sentimento em personificar tal tema? Gosta de servir como exemplo de, digamos, superação, ou já fica entediada por ser sempre chamada a contar sua história?
Thedim – Gosto sim. Entendo perfeitamente a dificuldade de superar a obesidade, e sei que qualquer estímulo vale quando você está nessa guerra.
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