Correndo pelado: tudo o que você estava louco para saber sobre

Paulo Vieira

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A FOTO DE DOIS MARATONISTAS de tomara que caia nos 42K do Médoc, em Bordeaux, incentivou o que suponho ter sido um comentário irônico de Welerson Braga no facebook deste pasquim.

Disse ele: “Tomara que caia é fácil, queria ver de salto alto”.

Bem, não sei se o amável leitor tem experiência com o equipamento, e fala portanto com conhecimento de causa, mas concordo com ele: correr de salto alto deve ser dificílimo.

Talvez seja mais fácil fazer como o Marcio Caparica, que há um bom par de anos participou de uma corrida nos Estados Unidos “full monty”.

Dessas em que não há qualquer pedaço de pano para afixar o número de peito, se é que me entendem.

CAPARICA FALA COMO É CORRER PELADO

BALANGANDO O SALSICHÃO EM TAMBABA

ONDE CORRER PELADO

TODA NUDEZ SERÁ COMPARTILHADA

Eu também já vivi a experiência, mas em escala muito reduzida, num glorioso e salgado trotinho na praia naturista de Tambaba, na Paraíba.

(A melhor parte: não tem de usar os alfinetes.)

O Caparica disse o seguinte para a gente sobre a questão que não quer calar: dá para correr com a parada balangando?

“Olha, correr com a mala balançando não dói nem incomoda, surpreendentemente. As bolas ficam entre as pernas, então não balançam para um lado e para o outro. O pinto balança, mas mesmo alguém que não pode reclamar do tamanho como eu não tem um dote tão grande assim a ponto de realmente machucar.

As mulheres com peitos maiores, que realmente poderiam machucar por causa da corrida (imagino), corriam de top; alguns homens correram com suporte atlético, mas imagino que seja mais pela vergonha de mostrar o próprio pinto (que talvez considerem pequeno) do que por medo de dor.”

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Para o post sobre Tambaba, eu já havia consultado o fisiologista do exercício, professor de educação física e ex-atleta olímpico Paulo Correia sobre o tema. Ele confirmou a hipótese do Caparica:

“Se a mulher tem mama grande, pode sofrer dor por conta da descoordenação motora. No caso do homem, um treino de intensidade ou volume pode levar a batidas constantes do pênis, que machucam ou trazem desconforto.”

Caparica disse que a hora mais esquisita da corrida é antes dela começar.

“Talvez o maior estranhamento seja no alongamento antes da corrida, em que você tem que se esticar de maneiras que já são meio constrangedoras quando se está vestido, imagina pelado.

Mas no fundo ninguém repara, e, se reparam, não comentam.”

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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