Um pessoal que só faz atividade física se tiver pixo envolvido

Paulo Vieira

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É PRECISO COLOCAR DINHEIRO NA BANCA para que cardiopatas cujo tratamento envolve algum tipo de atividade física resolvam finalmente se mexer.

Foi o que constatou a equipe do médico Neel Choksi, que publicou estudo no prestigiado Journal of the American Heart Association (JAHA).

Dividindo pacientes que sofreram algum ataque cardíaco isquêmico em três grupos, verificou-se que aquele grupo que tinha um estímulo financeiro semanal – 14 dólares que se tornavam 12 caso seus integrantes não cumprissem o programa estabelecido –, caminhou muito mais que os demais.

Em certas fases do estudo, que foi feito remotamente, através de um aplicativo de monitoramento de passos, o grupo que levava algum chegou a caminhar 10 vezes mais do que os demais, que não faziam jus ao vil metal.

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A maior parte dos cardiopatas do estudo era septuagenária. Dois terços, homens.

Minha conclusão: seguimos sem entender nada.

O estudo, que foi mencionado na seleta da manhã do Meio, está aqui.

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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