ATAR O TÊNIS E MANTÊ-LO assim durante o cascalho não é para qualquer um. Não para mim, pelo menos.
Este pasquim já serviu a seus leitores numerosos exemplos de “how to”.
Escrevemos tutoriais, produzimos podcasts, filmamos a treta com requinte professoral, como pode-se ver abaixo, para que você mantenha os tênis firmões durante o 5, o 10, o 15, a meia, a mara, a ultra.
Para este velho casmurro nada disso serviu.
COMO AMARRAR O TÊNIS
COMO COMPRAR UM TÊNIS
TRÊS DICAS PARA CONSERTAR O CADARÇO COM A PONTA DESFIADA
TÊNIS DE CORRIDA DURA 500K. SERÁ?
Sempre prefiro correr com chip no número de peito, mas essa parece ser uma tecnologia pouco usual no Brasil. Quando o chip não precisa ir ao pé, posso usar meus velhos e adoráveis Nike Free, que dispensam o cadarço — embora venham com eles de fábrica.
Já fiz coisas bizarras, como correr a mara do Rio com o Free no pé direito e outra marca no pé esquerdo, por conta do cadarço (e do chip).
Mas vamos ao assunto de vez.
Em 22 de abril, na maratona Nilson Lima, a sexta completada pelo editor deste JQC, meu valente Fila Knit rapidamente desamarrou. Já não lembro qual pé abriu o bico primeiro, provavelmente o esquerdo, e isso aconteceu antes mesmo de desgarrarmos da tigrada da meia, lá pelo 12K.
Depois disso devo ter sido abordado por mais de vinte pessoas, que gentilmente alertavam para a verdadeira bomba relógio que levava em meu(s) pé(s).
Uma ciclista pareceu indignada ao ouvir a resposta de Hermom Dourado, jornalista que naquele momento corria a meu lado, que disse a ela que eu já havia tomado ciência de que competia com tênis desamarrado.
Faltando 4 ou 5K para o fim da prova, fui menos lacônico (mas não mais cordial) na resposta a outro maratonista preocupado com meu iminente tropeço.
Agradeci, como sempre faço, mas disse que àquela hora, faltando tão pouco para terminar a prova, é que não iria mesmo amarrar aquele troço.
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Sei que existem cadarços especiais, mais resistentes, confiáveis e elásticos, um deles comercializado aqui pelo conglomerado de Carlos Wizard Martins, que representa no Brasil as marcas Saucony, Rainha e Topper.
Cheguei mesmo a tentar comprar um deles antes de viajar a Uberlândia, mas o que havia na loja, de outra marca, custava 30 ou 40 pratas, e achei extorsivo.