Um jornalista que corre em Buenos Aires

Paulo Vieira

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O MERCOSUL não é uma ficção oitentista para este pasquim. Nossas ligações orgânicas com o Cono Sur implicam colaborações regulares de meu chapa bonarense Hernán Reig, que fez as lindas fotos do último Desafio 28 Praias, o reality show travestido de corrida de aventura de Ubatuba, e as argutas entrevistas da maratona de Buenos Aires de 2017.

Tudo que você pode ver – ou rever – abaixo.

ESPECIAL BUENOS AIRES – ENTREVISTAS SUADAS

O DESAFIO 28 PRAIAS NA VISÃO DE HERNÁN REIG

ESPECIAL DESAFIO 28 PRAIAS – ENTREVISTAS SUADAS

Também apresentou aos brasileiros a “Carrera de Miguel”, a corrida anual que celebra a memória do atleta Miguel Sanchéz, um entre tantos desaparecidos durante o pesadelo militar argentino.

Miguel foi sequestrado em janeiro de 1978 em sua casa, quando tinha apenas 25 anos. Acabara de concluir uma São Silvestre, em São Paulo.

Hernán falou desse belo evento no link abaixo.

A CORRIDA DE MIGUEL

Hernán volta agora a este pasquim depois de entrevistar Marcelo Zlotogwiazda, 59 anos, um dos grandes nomes do jornalismo argentino, que fez fama no jornal Pagina 12, na revista Veinteuno e na televisão.

Hoje mantém um programa radiofônico, o La vuelta de Zloto, na rádio 10.

Também economista e autor dos livros A máfia do ouroCitibank vs. Argentina: História de um país em bancarrota, ele se define em sua conta no Twitter como “runner” e torcedor do Almagro (clube da segunda divisão argentina) e do Boca.

zloto

Adicto da corrida desde 2003, ele costuma correr sozinho pela manhã ouvindo música e fazendo variações de ritmo. Às vezes corre com Lara, sua filha mais velha. Em Buenos Aires, ele falou ao JQC.

JQCHá poucas certezas sobre a corrida. Como se atualiza sobre treinamento?

Marcelo Zlotogwiazda – Não tenho quase nada de conhecimento teórico e, à exceção do período em que treinei para a maratona que corri em 2006, nunca tive personal trainer. Meu conhecimento vem da experiência, sou autodidata. Corro menos de 50K por semana, nunca mais do que isso, e uso vários tipos de tênis, de preferência os mais leves. 

JQC – Qual é seu ritmo de corrida? Faz variações de ritmo ao longo do treino?

Zlotogwiazda – Meu ritmo de corrida num 10K é 4:40. Na meia maratona, entre 5:05 e 5:10. Quando treino nos dias de semana costumo fazer um ritmo ascendente. Começo em pace 6 e termino a 4:30. Nos fundos [NdE: longões], de 5:30 a 5:45.

JQC – Em que lugares de Buenos Aires gosta de correr? Recomenda algum para os brasileiros que vêm aqui?

Zlotogwiazda –Recomendo os cinco circuitos que utilizo: Parque Saavedra, Parque Sarmiento, Libertador-Figueroa Alcorta, Parque de los Niños-Paseo Vicente López, e, para as corridas mais longas, paseo Vicente López-Tren de la Costa até depois de San Isidro.

JQC – O que a corrida te ensinou e do que ela te privou?

Zlotogwiazda – Correr me ensinou a me descolar da mente, que é a hora em que chega a inspiração. E não me privou de nada, ela me deu condicionamento físico e vários momentos orgásticos ao concluir provas.

 

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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