O MAIOR CLUBE DE CORRIDA do mundo não nasceu das planilhas dos gerentes de marketing das marcas esportivas de Seattle ou de Portland, cidades onde ficam os headquarters da Nike e da Brooks.
Cito Nike e Brooks um tanto aleatoriamente, como poderia falar Asics, Mizuno, New Balance, Hoka One One etc.
As marcas certamente adorariam, mas é preciso mais do que $$$$$$ para 12 mil negos se juntarem no primeiro sábado de cada mês em Copenhague, Bucareste, Auckland, Cupertino, Cidade do Cabo, Lisboa, Seul – a lista é imensa – para correr.
(Correr e beber, na verdade.)
Troque $$$$$$$$ por birita e a mágica começa a acontecer.
Pois o maior clube de corrida do mundo, o Mikkeller Running Club, é ligado a uma cervejaria dinamarquesa, a Mikkeller, e tem 180 sucursais pelo mundo. Quatro delas no Brasil: Rio, Recife, Curitiba e São Paulo.
Mas essa informação sobre as praças tapuias, publicada no site do clube, está um tanto desatualizada. Em São Paulo, por exemplo, Gilberto Tarantino, o organizador, ou “capitão”, como a cervejaria prefere, não carrega mais a tarja no braço. É um ex-capitão.
Não só não organiza mais o evento de sábado como não importa mais a Mikkeller.
“O pessoal queria beber de graça”, disse ao JQC.

Tarantino deixou de ser representante da Mikkeller em São Paulo e prepara para abril o lançamento de sua própria cervejaria no Limão, a Tarantino, com capacidade de “tancagem” de 20 mil litros.
Mas o MRC deixou frutos, e um parceiro do Gilberto, o professor de corrida da assessoria Quark Rodrigo Kimura, coordena provas de 5K e 10K com cerveja nos moldes do MRC em brewpubs pela capital paulista.
Rola uma neste sábado, no Brooklyn, falaremos mais sobre isso esta semana.
Corrida e cerveja têm absolutamente tudo a ver, como mostram lapidarmente o MRC e outras iniciativas mundiais, como a Beer Mile.
Nos cinco anos deste pasquim, a união dessas duas coisas maravilhosas vem sendo sistematicamente tematizada, como você pode ver abaixo.
SABER BEBER, SABER CORRER
CERVEJA, CORRIDA E SAÚDE
A MARATONISTA CERVEJEIRA
Cerveja e corrida é Vital e sua moto, é Claudinho & Bochecha, é Anitta e a fita isolante.
Disse no início que citava Nike e Brooks um tanto aleatoriamente, mas houve certo propósito. É que os QGs dessas duas marcas estão em Portland e Seattle, metrópoles incontestes da cerveja artesanal americana, verdadeiras disneylândias do lúpulo.
Faltou aos patrícios americanos dessas marcas dar um pulinho num dos tantos brewpubs dessas cidades para ter o estalo que tiveram os parças de Copenhague.
Perderam essa, playboys.