NA SEMANA EM QUE EU IRIA CORRER minha primeira maratona, a de São Paulo no ano que imaginávamos ruim o suficiente de 2015, Treinador me repreendeu por ter mantido minha quilometragem no nível “pico”, ou seja, na casa das dezenas.
De nada adiantou dizer-lhe que para mim prova é treino e treino é prova; e as coisas só pioraram quando comuniquei-lhe que pretendia mandar a tradicional feijoada do Ugues na véspera do Dia M.
Antes de subir o tom, o reto homem havia prescrito a seguinte bula:
“Iria de 18K no fim de semana, uns 10K na segunda em ritmo confortável, 8K de trote na quarta e no máximo 5K de trote na sexta. Já acabou. Nada do que fizer a partir de agora vai ajudar. Mas dá pra fazer algo que ferre, sempre dá. Agora já começa a fase de preservação do corpo mesmo (devia ter iniciado há mais tempo, mas tudo bem, está na conta ainda).”
ATLETA E TREINADOR
A MELHOR FEIJOADA DA CIDADE
VOCÊ PRECISA MESMO DE PLANILHA?
MINHA PRIMEIRA MARATONA
COMO CORRER UMA ULTRAMARATONA, POR CARLOS DIAS
Revivo essa história para dizer que só agora, dois anos e fumaça depois, vim a descobrir o que Treinador quis dizer com o “mas dá para fazer algo que ferre [o corpo], sempre dá“. E não é fazer um grande volume de corrida.
O que dá para ferrar o corpo é mexer com uma musculatura que não é tão exigida na mecânica da corrida. Percebi isso anteontem. Achando que correr dois dias seguidos seria excessivo, decidi fazer múltiplas sessões de corda. De pular corda.
Rapaz, pra quê.
Devo ter pulado uma meia hora, 40 minutos, talvez, em “tiros” que não passavam de 1 minuto (ou 60 pulos). Fiz do melhor jeito possível: descalço e sobre umas pranchas irregulares de madeira.
Hoje, 40 horas depois da brincadeira, ainda tenho enormes dificuldades para descer a escada. Sinto-me ágil como, digamos, um presidente cujos principais ministros, colegas de priscas eras, são acusados de malfeitos múltiplos. Tal como o chefe, aliás.
Correr no fim desta tarde não me parece viável.
Imagina se meu Dia M fosse amanhã.
Por que isso acontece?
Atrás de respostas, fui ao oráculo, o educador físico Darlan Duarte, motor perpétuo da assessoria Pacefit.
Ele disse: “Treinos de subida ou de velocidade em intensidade frequentemente desgastam a panturrilha horas ou dias após o estímulo. Subir escada e pular corda também deixam a ‘batata da perna’ pesada.
Com esses exercícios, explicou, a panturrilha é trabalhada de forma mais ativa. Ele sugeriu pular corda, se for o caso, no início ou no meio da semana, para “favorecer a recuperação para os treinos mais longos do sábado ou domingo”. E passou um receituário do que NÃO fazer na semana M.
Realizar treinos intensos a dias da prova, mesmo que curtos;
Fazer musculação ou treino funcional pesado;
Experimentar alimentos diferentes não consumidos antes;
Ignorar trajeto e regulamento da prova;
Sair na louca, sem estratégia
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Aproveito o ensejo para convidar todos os leitores a dar um pulinho na USP neste sábado, 8 da matina. O ultramaratonista Carlos Dias, chamado super-humano pelo canal History Channel, vai falar sobre controle mental e resistência para enfrentar quilômetros, quilômetros e muitos mais quilômetros de cascalho.
Depois, lidera um treininho leve, uns 112K, que digo, uns 12K pelo campus. Estão todos convidados a aparecer no apoio da Pacefit, no bolsão dos táxis da ECA, a Escola de Comunicação e Artes da USP. Darlan promete levar uma garrafa térmica de café a mais.
É grátis, mas se quiser colaborar com a causa de Dias, camisetas estarão à venda no local.
O arrecadado irá ajudar a custear o tratamento da Rebeca, uma das crianças com câncer que o atleta auxilia.
Boa tarde, li com atenção seu post, vou pra minha 1°maratona em junho/2017 em POA, dizem q pra iniciante é o melhor percurso . Fiz inscrição, comprei passagem e reservei hotel, estou com um preparador físico q já correu essa maratona 4 vzs e começaremos os treino logo em janeiro. Eu nas corro pequenas distâncias há 3 anos, já corri os 21km no Rio em maio/16 E fui a Pampulha fazer os 18k em ambas me sai bem , com tempo de 1h49min. E 1h30min. Respetivamente , sem dores, palpitações ou fadiga.
Leio tudo q posso sobre maratonas, mas o mais bacana é que em corridas longas eu me divirto durante o percurso que chego a não pensar tanto no quanto falta pra acabar, EUAMOCORRER