COMEÇO COM UMA PLATITUDE: provas de corrida de rua tornaram-se muito populares no Brasil. Waal. Nas grandes capitais, acontecem em quase todos os 52 domingos do ano.
Para concluí-las, como se sabe, é preciso correr pelo menos 5K. A distância é café pequeno para qualquer maratonista amador, que costuma usar o 5K e também o 10K para aprimorar a performance.
Mas não haver provas de rua curtas no Brasil cria uma dificuldade para a expansão do mercado consumidor, já que não é todo mundo que têm vocação ou vontade de correr médias e longas distâncias.
Tem gente que gosta mesmo é de dar tiro, gosta da boa e velha explosão. Não deve ser à toa a popularidade da prova de 100 metros rasos da Olimpíada.
Nos Estados Unidos é diferente. Sábado passado, por exemplo, ocorreu a 5th Avenue Mile, a famosa “Milha de Ouro”, em vinte quarteirões lindeiros do Central Park, em Nova York. A prova, agora patrocinada pela fabricante de tênis New Balance, contou com mais de 6 mil concluintes, quase metade deles mulheres.
E não foi gente como eu e você, mas atletas de elite e amadores que só na undécima hora trocaram as sapatilhas pelo cromo alemão e as pistas pelas bancas de advocacia.
Atletas que ganharam medalha na Rio 2016 estiveram na prova. O estímulo financeiro é um vetor importante.
RIO 2016 NO JQC
O ATLETA MAIS COOL NÃO VEIO AO RIO
É PRECISO DAR LOGO UNS TIROS
PERFORMANCE E VAIDADE
VAMOS FALAR DA MORTE NA CORRIDA DE RUA?
PROTAGONISTA DA PRÓPRIA HISTÓRIA
UMA PLANILHA PARA COMEÇAR A CORRER, POR WANDERLEI OLIVEIRA
Entre as mulheres, a vitoriosa foi a americana Jenny Simpson, bronze nos 1500 metros na Rio 2016; entre os homens, Eric Jenkins desbancou seu compatriota Matthew Centrowitz, que foi ouro nas Olimpíadas do Rio também nos 1 500 metros.
Na Rio 2016, Jenkins não conseguiu passar pelas eliminatórias de outra prova, a dos 5 000 metros.
O final foi emocionante, com Jenkins superando “Centro” por um décimo de segundo.
Estamos mal de velocistas, é verdade, mas será que não desperdiçamos chances de formá-los ao abrirmos, ou melhor, fecharmos as ruas apenas para o povo das médias e longas distâncias? A Corpore já chegou a organizar a nossa própria Milha de Ouro nas priscas eras, mas faltou estímulo.
Para o treinador de atletismo Wanderlei Oliveira, o WO, a questão financeira é capital. “Já acompanhei a Milha de Ouro na 5th Avenue. O prêmio do vencedor era uma Mercedes. Aqui no Brasil, no final dos anos 1990, a Corpore realizou três edições na USP da Milha.”
“Mas o prêmio não era uma Mercedes. Nem um carrinho de plástico!”
Concordo que poderia ser uma alternativa interessante, mas infelizmente no Brasil faltam as pistas para os velocisas treinarem e se desenvolverem. Moro em Curitiba e não há nenhuma pista de atletismo liberada para a população. Como treinar para uma milha ou 800m sem uma pista oficial? Treinos de velocidade por aqui tem que ser feitos nas ruas ou parques e baseados no GPS (que tem uma margem de erro considerável para provas decididas em centésimos de segundo).
Temos em Florianópolis em novembro a Maratona Express, corrida da empresa Ecofloripa, onde os atletas em equipe se revezam em trechos de 1km, até fechar os 42,195km. Uma ótima opção aos velocistas.
Prefiro essas curtas. Pena que ainda não tem aqui. São melhores para quem tem um pouco mais de músculo ao invés dos esqueléticos.
Paulo, bacana essa sua matéria. Tem de ser divulgada para virar iniciativa. Pelo jeito a Adidas endlessboost já eras este ano…uma pena.
Já pensou várias eliminatórias se 100, 200, ou 400m?