TODO ANO OCORRE EM SÃO PAULO UM EVENTO chamado Desafio Intermodal. Pessoas cumprem um mesmo trajeto em diversos “modais” de transporte com o fito de determinar qual deles é o mais eficiente: carro, moto, bicicleta, caminhada, skate, patins, corrida, ônibus.
Vale também combinar modais, como bicicleta ou corrida e transporte público, por exemplo.
Este ano, a parada ocorre quinta-feira, às 5 da tarde, partindo de uma praça na Berrini, no Brooklin, e chegando até o prédio da Prefeitura, no Viaduto do Chá, um itinerário de 10K.
SAMPA SEM CARRO
A CORRIDA COMO MODAL DE TRANSPORTE
BIKE X CARROS X MOTOS
ATIVIDADE FÍSICA PARA CIDADES POLUÍDAS
CARRO, O VILÃO
VERMELHO X LARANJA: TESTAMOS O SISTEMA DE COMPARTILHAMENTO PÚBLICO DE BIKES EM SP
O desafio sempre ocorre na hora do rush da volta do trabalho, e a bicicleta tem se saído amplamente vitoriosa. Das dez edições já realizadas, ganhou sete. Moto e helicóptero também já levantaram o caneco.
Mas não basta chegar na frente para ganhar. Como se trata de um desafio de eficiência, os competidores que utilizarem modais de propulsão humana ganham pontos de bonificação.
Carro é o grande azarão aqui. Segundo os organizadores do Desafio, o Instituto CicloBR, “ele tem sido inconstante, denunciando que é muito sensível às variações no ambiente – condições climáticas, problemas nas vias etc.”
Curioso é que, se você prestar atenção nas falas dos candidatos a prefeito de São Paulo, a impressão que se tem é que todos os 10 milhões de habitantes da cidade são motoristas de carro.
As palavras e expressões mais repetidas pelos aspirantes à cadeira do Fernando Radard são: multa, indústria das multas, radar, Marginal, aumento de velocidade, recurso (de multa), inspeção veicular etc.
Uma agenda completamente parcial e ultrapassada, como se a poluição atmosférica não tivesse nada a ver com os carros, a queda do número de acidentes na gestão Haddad fosse indesejável e que, pior, a principal prioridade dos paulistanos fosse andar de automóvel.
Nada mais longe da verdade.
Na quinta, durante o evento, a equipe do pneumologista da USP Paulo Saldiva medirá quanto se inala de poluentes por parte dos competidores.
Este pasquim quer deixar claro que apoia sem mais aquela o incremento do transporte coletivo e não poluente na cidade e é favorável desde criancinha à taxação do uso do carro (criando, por exemplo, taxas de circulação como a de Londres, algo que nenhum político por essas plagas tem coragem de adotar).
E também lastima que a campanha à prefeitura de São Paulo reedite uma agenda tão tristemente conservadora.
Olá Paulo. Apenas para sugerir uma errata: a foto do vendedor da matéria é do Desafio Intermodal de 2014. O vendedor da edição 2015 foi o ciclista Marcelo Florentino Soares (que também venceu a edição deste ano. Obrigado e parabéns pela matéria.
Obrigado, Ricardo. Corrigirei a legenda. Grande abraço.