Uma câmera no guidão na Patagônia

Paulo Vieira

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PUBLIEDITORIAL

Gui Cavallari é velho conhecido dos amigos deste JQC. Apareceu por aqui algumas vezes, a primeira antes mesmo de ter publicado em livro sua jornada solitária de seis meses numa bicicleta pela Patagônia. Transpatagônia, editado por sua própria casa editorial, a Kalapalo, veio a lume este ano.

Custa R$ 60, está nas boas casas do ramo e também no site da kalapalo.

TRANSPATAGÔNIA, O LIVRO

O esforço de colocar em algumas centenas de páginas sua viagem foi ainda maior do que o de enfrentar o pedal entre Bariloche e Ushuaia e daí de volta a Bariloche na companhia de ventos pouco amigáveis e pumas silenciosos.

CAVALLARI, NOSSO HEROI

Outro produto da odisseia foi o filme Transpatagônia, editado por Cauê Steimberg e premiado em alguns festivais de filmes de aventura, realizado a partir das imagens que Guimas captava com suas duas câmeras de ação, uma delas a Sony Action Cam. Entrevistamos o aventureiro para saber como ele se entendeu com a maquininha durante a viagem.

TRANSPATAGÔNIA, O FILME

Às vezes ele também pedalava
Às vezes ele também pedalava

JQC –  Você já havia usado uma câmera de ação? Qual sua principal vantagem e sua principal desvantagem?

GUI CAVALLARI – Nunca. Eu não sabia nem ligá-la. As principais vantagens são sua robustez e resistência, o fato de ser compacta e à prova d’água. A principal desvantagem é a falta de zoom.

JQC –  Quanto tempo duravam as baterias? Era suficiente para suas pedaladas diárias?

CAVALLARI –  A duração da bateria é sempre um problema. Se ela fosse grande e pesada, duraria mais, mas o equipamento seria mais volumoso e pesado. Com as baterias pequenas que a câmera usa, o tempo de vida é curto, mas isso se resolve com baterias reservas. Eu tinha meia dúzia sempre comigo.

JQC – Você já havia dito que sua grande preocupação em algum momento era sobreviver, descansar, comer, e começou a desencanar de filmar todos os dias. Que trabalho a câmera te dava a ponto de rivalizar com sua própria sobrevivência?

Veja o trailer de Transpatagônia

CAVALLARI – O problema era o espaço mental que ela ocupava. Eu viajava, pedalava ou caminhava pensando “aqui daria uma boa tomada de cena”; “a luz está ótima para filmar”. Quando desencanava de filmar, eu curtia mais a qualidade única de cada momento. Fora isso, havia o trabalho de trocar bateria e cartão de memória na chuva, no vento, no frio. Depois havia o trampo de descarregar e armazenar de forma apropriada (em HD externo) os arquivos de filmes e fotos produzidos. Não era pouco trabalho.

JQC Foi fácil operar a câmera? Precisou de um instrutor no início?

CAVALLARI –  Sim, e eu estive sozinho o tempo todo. Investi um pouco de tempo para entender os botões de controle, saber o mínimo para filmar com desenvoltura e eficiência. Câmeras de ação têm essa característica de ser point and shoot, estão prontas para ser operadas. 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

Um Comentários

  1. Avatar
    Diego

    Boas perguntas.
    Assunto bem específico e pode ajudar aqueles aventuram-se por aí com os seus apetrechos tecnológicos.

    Responder

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