Foram 621 brasileiros na maratona de Paris ano passado. O Brasil foi o oitavo país estrangeiro em número de participantes, logo atrás da Holanda, mas deixar Amsterdã para correr em Paris é como sair de SP para trotar em Ipanema.
A MARATONA DO RIO, UMA HOMENAGEM
É de se esperar que esse número de brazucas não diminua em 2016, mesmo com os atentados de sexta passada. Se diminuir, a explicação poderia estar na queda de poder de compra do realzinho.
Trata-se, afinal, do cenário de corrida mais bonito do mundo para não pouca gente. No site oficial da maratona de Paris não há mais inscrições disponíveis para a prova de 3 de abril. Elas abriram e 8 de setembro e duas semanas depois os 57 mil lugares disponíveis já haviam acabado.
Três operadoras de turismo no Brasil, chanceladas pela organização, têm vagas: a Kamel, do Rio, a Biarritz, de Porto Alegre, e a TAM Viagens.
Falei com o Flavio, da Biarritz, que me disse que os atentados talvez tenham aumentado o interesse pela corrida, como numa reação de desagravo. “Recebi contatos dois dias depois, aparentemente os corredores brasileiros estão no mesmo espírito ‘todo mundo junto’.”
Sem contar a parte aérea, sete dias em Paris com a maratona pela Biarritz ficam em 1175 euros (por pessoa, em quarto para casal). Ele acha que até janeiro será possível comprar com ele.
O traçado dos 42K em Paris é circular, diferentemente de NY e Rio, em que você tem de fazer uma viagem aos infernos para alinhar na largada; é similar a SP, apesar das inúmeras variações de percurso, que começa e termina no Ibirapuera.
A MARATONA DE SÃO PAULO, UM RELATO VIVAZ
Em Paris é assim: todo mundo larga perto do Arco do Triunfo, ganha a Champs Elysèes, passa pelo Louvre no 3K, na Bastilha no 5K e, do 9K ao 19K dá umas voltas pelo parque Bois de Vincennes.
De volta à região central, passa pela Notre Dame no 24K, no maravilhoso Musée d’Orsay no 26K, pela torre Eiffel no 29K e ganha o Bois de Boulogne no 33K. Os últimos 9K são nas alamedas do parque até a chegada nos limites da avenida Foch, pertinho do Arco do Triunfo.
Um postal atrás do outro, sempre pela Rive Droite, o lado direito do rio Sena, para o povo não ficar na tentação de parar nos cafés do Quartier Latin.
Quero ver depois dizer que sofreu para terminar a maratona.
CÂIMBRA, SUOR E LÁGRIMAS